Capacidade da TAP para o inverno já está a 80% de 2019
O número foi deixado pela comissão executiva numa reunião virtual com os trabalhadores realizada na sexta-feira. Vendas do Brasil descolam com fim da obrigação de quarentena.
A oferta de lugares da TAP está mais perto dos níveis pré-pandemia. Depois de no verão ter andado à volta de 50% da capacidade, a companhia aérea está a reforçar o número de voos para o inverno. Segundo apurou o ECO, a disponibilidade de lugares está a 80% do nível de 2019. O número foi transmitido esta sexta-feira aos trabalhadores, numa sessão virtual de perguntas e respostas com a CEO, Christine Ourmières-Widener, e a restante comissão executiva.
A quebra de 20% no chamado ASK (Available Seat Kilometer) significa uma recuperação significativa face aos níveis do inverno passado, quando a redução da capacidade andou entre os 60% e os 70% em relação ao inverno de 2019.
Segundo também apurou o ECO, a contribuir para esta melhoria estão as vendas do Brasil, que cresceram 20% nas últimas semanas, em particular desde que a 1 de setembro terminou a obrigatoriedade de quarentena para quem viaja do país da América do Sul. Até aí só estavam autorizadas viagens essenciais e era obrigatório fazer isolamento profilático.
A recuperação do Brasil, e também dos Estados Unidos, tem uma grande importância para a TAP. A América do Sul (26%) e do Norte (14%) pesaram quase tanto como a Europa (41%) nas receitas de passagens de 2019.
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, afirmou na sexta-feira, citada pela Lusa, que o reconhecimento dos certificados de vacinação brasileiros é uma questão “complexa”, mas que o Governo está a trabalhar com o Executivo brasileiro, havendo ainda “questões técnicas que têm que ser definidas e resolvidas”.
A TAP anunciou no início de setembro que irá ter 941 voos de ida-e-volta por semana, durante o inverno IATA, que decorre entre 31 de outubro e 26 de março de 2022. Para o Brasil vai operar 52 voos semanais nas 12 rotas. Nos Estados Unidos, México e Canadá, será reposta a operação em todas as rotas em que a TAP já operava antes da pandemia, com um total de 59 voos por semana em 11 rotas. A estas somam-se 585 voos para a Europa e 93 para África e Médio Oriente.
CEO conta com a ajuda de todos
Na reunião “virtual” com os mais de seis mil colaboradores, Christine Ourmières-Widener salientou que o plano de reestruturação, que ainda aguarda luz verde de Bruxelas, já está a ser implementado e que “conta com a ajuda de todos” para dar a volta à companhia.
Foi também divulgado um vídeo motivacional. “Não temos estado em forma, mas estamos empenhados em fazer melhor” ou “somos resilientes, resistimos ao passar dos tempos e à adversidade do caminho” são algumas das frases do pequeno filme com um minuto e meio.
A iniciativa acontece dois dias depois de Marcelo Rebelo de Sousa se ter encontrado, fortuitamente, em Cascais com Christine Ourmières-Widener a quem desejou boa sorte e lembrou: “Os portugueses têm muito dinheiro investido aí.” “Tentamos fazer o melhor. Trabalhamos muito”, respondeu a CEO ao Presidente da República
O Estado injetou 1,2 mil milhões de euros na TAP em 2020, a que se somaram mais 462 milhões em 2021, soma que deverá ser reforçada até ao final do ano. No Orçamento do Estado para 2022 estarão inscritos mais 990 milhões, revelou o ministro das Finanças em entrevista à RTP. O plano de reestruturação prevê um total de 3,2 mil milhões em ajudas de estado.
A TAP registou prejuízos de 493,1 milhões de euros na primeira metade do ano, uma melhoria de 88,8 milhões de euros quando comparado com o mesmo período de 2020.
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