Bundestag vai ter 735 deputados, um número recorde
As eleições na Alemanha trouxeram não só uma maior diversidade de deputados no Bundestag, mas também um número recorde de parlamentares: 735. É mais do triplo do que em Portugal.
A Alemanha foi a votos no passado domingo, pondo fim a um ciclo de 16 anos de governação de Angela Merkel. E estas eleições não deixaram apenas o país num cenário político marcado pela incerteza, mas também um parlamento a “rebentar” pelas costuras.
Ao contrário do que acontece noutros países, o parlamento alemão não tem um número fixo de cadeiras. No mínimo há 598 representantes no Bundestag que podem, em teoria, ser esticados para 900. A título de exemplo, nas eleições de 2013 havia 630 deputados, número que subiu para 709 em 2017, um máximo de sempre.
Assim, o número de deputados com assento parlamentar varia consoante a contagem dos votos. Problema: com dois votos no boletim — um direto num representante do distrito, outro na lista de um partido –, cada alemão pode escolher votar em dois partidos. No final, são os votos no partido que refletem a representação no Parlamento, mas quanto maior for a dispersão partidária entre os 299 eleitos diretamente e os votos num partido, mais cresce o número de deputados.
E foi precisamente isso que aconteceu nestas eleições. O parlamento alemão conta agora com 735 deputados, ou seja, mais 26 face à anterior legislatura (709). Trata-se do valor mais elevado de sempre.
Este valor é inclusivamente superior ao número de deputados que estão no Parlamento Europeu: 705. E se compararmos com a realidade portuguesa a diferença é ainda mais significativa. Na Assembleia da República estão 230 deputados. Isto significa que no Bundestag estarão mais do triplo dos deputados com assento no parlamento português.
Além de bater o recorde no número de deputados, o parlamento alemão vai também ser mais diversificado. Dos 735 novos parlamentares, pelo menos 83 são imigrantes ou filhos de pais que migraram para o país, segundo o Deutsche Welle.
Este número recorde de deputados acarreta custos acrescidos, dado que cada parlamentar tem uma remuneração base de 10.012,89 euros por mês. Além disso, cada deputado recebe ainda um subsídio para gastar em despesas associadas ao cumprimento do mandato no valor de 4.560,59 euros por mês, sendo que este subsídio serve, por exemplo, para despesas de arrendamento de escritório, bem como para contratar pessoal. Há ainda outras benesses de que podem usufruir, nomeadamente uma verba de 12 mil euros por ano para gastar em material de escritório, segundo o Deutsche Welle.
Os resultados oficiais deram ao SPD a vitória nas eleições parlamentares alemãs, com 25,7% dos votos e 206 deputados eleitos. O partido liderado por Olaf Scholz consegue assim interromper o ciclo de quatro escrutínios seguidos em que a união entre a CDU e a CSU foi sempre a mais votada. Com 18,9%, os democratas-cristãos registam o pior resultado de sempre e ficam-se pelos 151 deputados.
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