Robô português que faz limpezas diz “Zhello” a 40 países

A Iberlim e a JPM Industry criaram uma solução robótica para as operações de desinfeção e para a gestão logística. Custou meio milhão de euros e vai ser exportado para vários mercados.

A empresa de limpezas profissionais Iberlim e a JPM Industry, uma empresa de Vale de Cambra especializada em automação e equipamentos industriais, desenvolveram uma solução robótica com capacidade para operar mais do que uma torre de desinfeção em simultâneo através de raios ultravioleta, limpando até 28 metros quadrados em quatro minutos.

Em declarações ao ECO, o administrador da Iberlim, Nuno Albernaz, destacou que o Zhello, que contou com a consultoria técnica do INESC TEC e que vai ser apresentado esta sexta-feira na Maia, “envolveu uma equipa de cerca de 30 pessoas e representa um investimento de quase meio milhão de euros, financiado parcialmente no âmbito do Portugal 2020”. O investimento total foi de 443,46 mil euros e contou com um apoio de 349,97 mil euros.

Hospitais, espaços comerciais, empresas com um elevado número de trabalhadores, estabelecimentos de ensino, estações de transportes públicos ou recintos desportivos vão ser os primeiros clientes nacionais a experimentar este robô português, que demorou perto de um ano a ser construído e que irá ser depois exportado para vários mercados externos.

A Iberlim conta fazê-lo através da JPM Industry, fundada em 1994 e que opera em mais de 40 geografias. Uma parceria que “permite a projeção e comercialização internacional do produto” nos países onde está presente a empresa nortenha, que atua em áreas como o desenvolvimento e produção de transportadores e equipamentos industriais, soluções de automação e robótica, e desenvolvimento de software.

 

“O Zhello está pronto a ser implementado em modo piloto. O objetivo da execução de um piloto é o de garantir uma crescente adaptação do mesmo às necessidades de clientes. Acreditamos que vai ser bem recebido no mercado porque a solução se destaca pela sua versatilidade e eficácia, aportando potencial valor tanto para as operações de desinfeção como para a gestão logística”, acrescenta Nuno Albernaz. Na área hospitalar, por exemplo, com o transporte de roupas e de refeições.

Com sede em Loures e escritórios também na Maia, a Iberlim tem um volume de vendas anual de 57 milhões de euros por ano e emprega cerca de 6.200 pessoas. A empresa de serviços de limpeza faz parte do grupo português Trivalor, que detém mais de uma dezena de outros negócios, incluindo a Strong Charon (segurança privada), a Sogenave (representações e logística) ou a Itau (restauração coletiva), tendo faturado 758 milhões de euros em 2020.

Tecnologia e redução de custos

Prometendo uma “implementação simples, funcional, automática e integrada”, o Zhello tem capacidade para operar várias torres de desinfeção, de forma totalmente autónoma. Através desta inovação, que os promotores dizem ser única no mercado, acenam com uma potencial redução de custos, uma vez que podem ser acopladas várias unidades rebocáveis a apenas um dispositivo.

“A forma como o Zhello funciona permite a sua operação em horários que não colidam com o normal funcionamento das instalações e possibilita o seu transporte entre vários edifícios. Quem adquirir o produto pode complementar os processos de limpeza e higienização dos espaços, nomeadamente acrescentando a vertente de desinfeção”, reforça Nuno Albernaz.

"A forma como o Zhello funciona permite a sua operação em horários que não colidam com o normal funcionamento das instalações e possibilita o seu transporte entre vários edifícios.”

Nuno Albernaz

Administrador da Iberlim

A Iberlim sublinha ainda que “o dispositivo não apresenta qualquer risco de contaminação ou de exposição à radiação para as pessoas, graças a um avançado sistema que desativa a radiação assim que é detetada a presença de alguém”.

Qual a tecnologia associada? A torre e o robô comunicam com recurso a um layer físico ótico (infravermelhos) com o intuito de assegurar a conexão, no caso de não existir rede Wi-Fi, bem como para identificar a torre. E o sistema de deteção de pessoas baseia-se em tecnologia de reconhecimento de imagem, recorrendo a algoritmos de inteligência artificial de identificação de seres humanos para desabilitar a radiação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Robô português que faz limpezas diz “Zhello” a 40 países

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião