Galp nega “benefício” com subida dos preços do gás natural. Produção de petróleo dá sinais de recuperação
A produção de petróleo da Galp cresceu 2% em cadeia no último trimestre, apesar de ter caído face a 2020. No plano comercial, empresa diz não beneficiar da subida dos preços do gás natural.
A Galp Energia produziu menos petróleo no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 117,5 mil barris de petróleo por dia, um recuo homólogo de 2%. No entanto, em comparação com o segundo trimestre deste ano, a produção da Galp recuperou os mesmos 2%, face aos 114,9 mil barris por dia produzidos entre abril e maio.
A informação foi revelada pela empresa no habitual trading update, um documento trimestral que lança luz sobre os principais indicadores operacionais e comerciais da petrolífera portuguesa, bem como as condições macroeconómicas no mercado. No documento, a empresa encara a recente escalada dos preços do gás natural nos mercados internacionais, negando beneficiar da mesma.
Desde logo, para justificar o aumento da produção em cadeia, o grupo destaca o início da produção do campo Sépia, no offshore brasileiro, que começou a operar no final de agosto.
No total, a produção working interest da Galp caiu 4% em termos homólogos e estabilizou em cadeia nos 128,2 mil barris diários de petróleo e equivalentes. Já a produção líquida (net entitlement), expurgada do pagamento de impostos em espécie aos países em que a empresa produz e que revertem integralmente para os resultados da Galp, cifrou-se nos 126,6 mil barris de petróleo e equivalentes por dia.
Detalhando, a produção em Angola ressentiu-se em 8% e a produção no Brasil encolheu 4%, face ao mesmo período de 2020.
Margem de refinação dispara 71%
Entre julho e setembro, a Galp processou 22,5 milhões de barris de petróleo e equivalentes, um recuo homólogo de 4%, mas um crescimento de 7% em cadeia.
A margem de refinação da Galp quase duplicou face ao trimestre anterior, disparando 71%, de 2,4 para 4 dólares por cada barril de petróleo e equivalentes, o que a empresa explica com “aumento dos cracks de destilados médios”, explica a empresa.
No plano comercial, as vendas de produtos petrolíferos a clientes disparou 15% em termos homólogos e 16% em cadeia: “Os volumes de produtos petrolíferos beneficiaram do aumento sazonal da mobilidade no verão e da gradual recuperação económica na Península Ibérica”, explica a companhia.
As vendas de gás natural a clientes caíram 18% face ao ano passado, enquanto as vendas de eletricidade dispararam 25%. A empresa conclui, sinalizando que “as vendas de gás natural refletiram sobretudo o efeito sazonal na procura, não havendo benefício para a Galp resultante do aumento verificado no preço do gás natural”.
(Notícia atualizada pela última vez às 7h32)
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