Sonae Capital faz emissão de 41 milhões de euros em green bonds
A primeira linha de financiamento sustentável da Sonae Capital vai financiar o desenvolvimento da central de biomassa de Mangualde e "reforça a posição de liquidez" da empresa.
A Sonae Capital, liderada por Miguel Gil Mata, acaba de contratualizar a primeira emissão de obrigações associadas a projetos sustentáveis (green bonds) no valor de 40,8 milhões de euros. A emissão foi organizada pelo BPI e pelo Banco Empresas Montepio, com subscrição particular, tendo uma maturidade de 12 anos.
Esta operação é destinada a financiar a central de biomassa de Mangualde, desenvolvida e operada pela sua participada Capwatt — presente em Portugal, Espanha e México, tem sob gestão 200 MW de potência elétrica –, que começou a operar em 2020 e representa um investimento de cerca de 50 milhões de euros para produzir energia renovável a partir de biomassa florestal residual.
“A Sonae Capital está empenhada em contribuir para a descarbonização da economia e a Capwatt tem tido um papel relevante nesta frente, nomeadamente no desenvolvimento das energias renováveis. Esta emissão de green bonds permite também reforçar a posição de liquidez da Sonae Capital, diversificando as fontes de financiamento e aumentando a maturidade média da dívida”, resume a diretora financeira, Ivone Teixeira.
Em comunicado, a empresa controlada pela Efanor, “holding” da família Azevedo, destaca que a central de biomassa de Mangualde “contribui para a descarbonização do setor eletroprodutor e da indústria portuguesa, tendo igualmente um contributo importante para a otimização da gestão florestal da região e, consequentemente, para a minimização do risco de incêndios florestais”.
Esta central valoriza anualmente cerca de 300 mil toneladas de biomassa florestal residual – não consome madeira virgem –, “promovendo a economia circular e satisfazendo a totalidade das necessidades de energia térmica da unidade industrial da Sonae Arauco na mesma localização e gerando adicionalmente 83 GWh/ano de energia renovável descentralizada”.
BPI “mete a sexta” no financiamento sustentável
Na sequência desta operação concretizada com a “holding” que tem no portefólio negócios na hotelaria, fitness (Solinca) ou engenharia industrial (Adira) o BPI diz que está “muito empenhado no financiamento sustentável, apoiando iniciativas e projetos amigos do ambiente que contribuem para prevenir, mitigar e responder às alterações climáticas e à transição para uma economia com baixo teor de carbono”.
A estreia neste mercado aconteceu em 2019, com a Sociedade Bioelétrica do Mondego, subsidiária do Grupo Altri; e no ano passado participou noutras duas grandes operações: a primeira emissão de green bonds da Corticeira Amorim e as obrigações ESG da Sonae SGPS, que foi “pioneira na introdução de objetivos para a igualdade de género em postos de direção”.
Já este ano, o BPI e o CaixaBank assessoram a Nos numa operação de financiamento sustentável de 30 milhões de euros; um programa de papel comercial da BA Glass (75 milhões de euros) com condições associadas a indicadores como o consumo de água e a redução das emissões de carbono; e uma operação da Navigator, sob a forma de empréstimo obrigacionista, tendo tomado firme a totalidade da emissão de 100 milhões de euros.
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