Greve na Função Pública vai abranger desta vez também a saúde
O Governo marcou a reunião de negociação suplementar pedida pelos sindicatos. Sebastião Santana diz que "não vai iludido" para encontro e que não influencia a greve marcada para novembro.
O Ministério da Administração Pública convocou os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado para a reunião de negociação suplementar que estes tinham pedido, face à insatisfação gerada nomeadamente pelos anunciados aumentos salariais de 0,9%. Ao ECO, o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, garante que o novo encontro não põe em causa “de forma nenhuma” a greve anunciada esta quarta-feira e esclarece que, desta vez, a paralisação também deverá abranger o setor da saúde, ao contrário do que aconteceu em maio.
Perante a “ausência de propostas que deem resposta aos problemas com que todos os trabalhadores da Administração Pública se confrontam”, a Frente Comum decidiu propor, esta quarta-feira, aos sindicatos a realização de uma greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública, no próximo dia 12 de novembro“.
Já na terça-feira, o Governo tinha convocado os sindicatos da Função Pública para a reunião de negociação suplementar que estes tinham pedido, agendando-a para dia 20 de outubro. No último encontro, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, apresentou às três estruturas sindicais do setor com poder de negociação a proposta de uma atualização salarial de 0,9% para o próximo ano, que foi considerada insuficiente e criticada por todas.
Em declarações ao ECO, Sebastião Santana assegura que “não vai iludido” para essa reunião e explica que a negociação suplementar não altera “de maneira alguma” a paralisação convocada, “a não ser que o Governo nos chegue com a satisfação das propostas” que são essenciais para esta estrutura sindical, como aumentos salariais mais robustos. A greve em causa, detalha o sindicalista, será ainda confirmada internamente no dia 18.
A propósito dessa paralisação, Sebastião Santana adianta que prevê que abranja “todos os setores de atividade da Administração Pública”, incluindo a saúde. Na greve de maio, esse setor ficou de fora, tendo em conta o cenário pandémico, mas o contexto evoluiu, daí a diferença de opções, justifica o líder da Frente Comum.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2022, o Governo salienta que os gastos com os salários dos funcionários públicos vão subir 3%, em resultado de progressões, promoções e revisão de carreiras. Isto num ano em que o Governo pretende não só avançar com aumentos generalizados de 0,9%, mas também com a subida da remuneração de entrada dos técnicos superiores em 50 euros.
(Notícia atualizada às 18h10)
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