Hidrogénio está quase a chegar à rede de gás no Seixal. Será em janeiro de 2022

  • Capital Verde e Lusa
  • 22 Outubro 2021

Numa fase inicial do projeto será injetado 2% de hidrogénio na rede de gás natural, subindo gradualmente esta percentagem até um máximo de 20% num período de 2 anos.

Chegou a estar previsto avançar para o primeiro semestre de 2021. Em março, desde ano, o CEO da Galp Gás Natural Distribuição, Gabriel Sousa, garantia que faltava mesmo só o OK final do Governo para que no espaço de dois meses a empresa pudesse começar a produzir hidrogénio e injetá-lo nas redes de distribuição de gás. Daí chegaria a casa de 80 consumidores de gás natural no Seixal, na sua maioria residenciais, mas também terciários e indústria com uma percentagem de 2% de hidrogénio verde incorporado.

Chama-se o Green Pipeline Project e a nova data oficial para o seu arranque é agora janeiro de 2022. O hidrogénio verde em questão, a injetar na rede, é combustível 100% renovável, e vai ser produzido no Parque Industrial do Seixal, através da parceria da GGND com a portuguesa Gestene, uma empresa local.

Numa fase inicial do projeto será injetado 2% de hidrogénio na rede de gás natural, subindo gradualmente esta percentagem até um máximo de 20% num período de 2 anos.

Para Gabriel Sousa, CEO da GGND, “este projeto pioneiro é um marco importante para o sistema energético nacional, porque promove uma mudança para uma economia mais verde, tendo como base uma das redes de distribuição de gás mais modernas da Europa”

Este é o primeiro projeto-piloto deste género em Portugal e é então liderado pela Galp Gás Natural Distribuição, em parceria com várias empresas (PRF, Gestene, ISQ, Vulcano/Bosch). Vai custar meio milhão de euros para ser todo desenvolvido em dois anos.

“Vai permitir-nos testar e controlar procedimentos de injeção na rede”, revelou Gabriel Sousa, CEO da GALP Gás Natural Distribuição.

O responsável explicou também que o projeto inclui a construção de um gasoduto de 1,4 km que transportará 100% de hidrogénio, entre o produtor de hidrogénio, até ao ponto de mistura com gás natural.

Este projeto é financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação (FAI), tendo ao mesmo sido atribuída a avaliação de mérito excecional, pelo seu caráter inovador e relevância no momento atual.

No evento de apresentação do Green Pipeline Project, no Seixal, marcaram presença o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, o Diretor Geral da Direção Geral da Energia e Geologia, João Bernardo e o Membro da Comissão Executiva do Fundo de Apoio à Inovação, Bruno Veloso.

Governo quer mais renováveis também no setor do gás

A injeção de hidrogénio verde na rede de gás “vai beneficiar a estratégia de descarbonização do país”, afirmou João Galamba. O governante frisou que o programa denominado Green Pipeline Project vai além das fronteiras locais e nacionais.

“Este projeto tem uma componente de aprendizagem e aquisição de conhecimento da maior importância para todas as empresas envolvidas que estão no país inteiro. Vai beneficiar a estratégia de descarbonização do país e é um projeto-piloto é local de âmbito e implicações de resultados nacionais e até internacionais. O que aqui for feito beneficiará não só Portugal mas também outros países que também aprendem connosco”, disse.

“Se as empresas portuguesas e os consumidores de energia quiserem eliminar a volatilidade, o risco e a incerteza que a dependência total e absoluta do mercado externo de produtos que não controlamos, a melhor maneira é apostar nas renováveis. Seja na eletricidade e no gás, independentemente das vantagens ambientais e económicas em que substituímos uma importação cara e poluente por um recurso endógeno potencialmente mais barato, é uma vantagem que deve ser assumida e aproveitada pelo nosso país”, disse.

O secretário de Estado Adjunto e da Energia defende que esse é o caminho a seguir de forma ultrapassar a “turbulência” que existe no setor energético.

“A resposta do Governo a esta turbulência não é pôr em causa a transição energética, nem pensar se estamos a ir demasiado rápido. É ao contrário. Todos os problemas que temos devem-se apenas e só a ainda não termos as renováveis suficientes que nos permitiria protegermo-nos de toda esta tormenta. A nossa resposta à turbulência que vivemos hoje é muito simples: acelerar, acelerar, acelerar. Simplificar, desburocratizar e ajudar. A melhor resposta que o país pode dar, a médio/longo prazo, é ter o mais rapidamente possível o maior número de renováveis em todas as áreas no nosso setor energético e não apenas na eletricidade, mas também no setor do gás natural”, referiu.

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