Siza pede eleições “o mais rapidamente possível” por causa da economia

O ministro das Economia considera que as eleições devem realizar-se o quanto antes para clarificar a situação do país, nomeadamente para tirar a incerteza da economia.

O ministro da Economia, tal como o Governo, remete a decisão de haver eleições para o Presidente da República. Contudo, caso sejam marcadas, Siza Vieira pretende que aconteçam “o mais rapidamente possível”. “Quanto mais cedo houver eleições, melhor é”, disse, em declarações transmitidas pela RTP3, argumentando que essa “clarificação” permitirá “superar esta incerteza que tem um impacto negativo sobre a economia”. O responsável chegou mesmo a sugerir a realização do escrutínio na primeira quinzena de janeiro.

Pedro Siza Vieira comentava o estado da economia com base nos números do PIB divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) quando disse ser necessário uma clarificação da crise política para minimizar o impacto económico. A realização de eleições na “primeira quinzena de janeiro ou em meados de janeiro é o mais adequado para mitigar os impactos negativos”, disse, remetendo, porém, a decisão para o Presidente da República.

Sobre os dados do PIB, que no terceiro trimestre cresceu 4,2% em termos homólogos e 2,9% em cadeia, o ministro da Economia disse que são “positivos” uma vez que confirmam que “estamos num bom momento de recuperação”. “A economia portuguesa está no caminho certo da recuperação e a convergir com a União Europeia“, apesar do preço dos combustíveis, notou.

Mais: segundo Siza Vieira, o crescimento económico do terceiro trimestre “é absolutamente compatível” com a meta anual do Governo que aponta para um crescimento do PIB de 4,8%, em linha com a previsão do Banco de Portugal. Para o ministro a retoma “está a ser muito significativa e vigorosa”.

Contudo, reconheceu que a crise política criada pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) é “mais um risco, mais uma incerteza e mais um fator com que temos de contar e gerir” nos próximos tempos. Siza Vieira mostrou confiança na capacidade do Governo de ultrapassar esta crise, tal como aconteceu em momentos anteriores nestes últimos seis anos, argumentou.

Relativamente à execução dos fundos europeus, a qual ficará condicionada por esta crise política, o ministro da Economia adiantou que o Governo está a fazer uma “avaliação muito rigorosa” de tudo o que é necessário para os executar — em específico no quarto trimestre de 2021 e no primeiro trimestre de 2022 — e comprometeu-se a fazer “todos os esforços” necessários para cumprir as metas inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que vai ditar se Portugal recebe ou não a próxima tranche de subvenções.

Um dos temas que terá de acelerar, segundo Siza Vieira, é a revisão do código de insolvência e de recuperação de empresas, a qual está na Assembleia da República, sendo que o ministro espera que essa proposta de lei seja considerada pelos deputados antes da dissolução que deverá ser decretada por Marcelo Rebelo de Sousa. No primeiro trimestre do próximo ano não podemos perder tempo dado que já não temos Orçamento“, acrescentou, para justificar a realização das eleições o mais rapidamente possível.

Questionado sobre a Efacec e a TAP, Siza Vieira garante que o Governo “está a fazer tudo” para que este momento “seja ultrapassado com o mínimo prejuízo” para a economia nacional.

Leão diz que Portugal “retoma convergência” com a Zona Euro

Em reação aos números do PIB, o Ministério das Finanças diz em comunicado que Portugal está a retomar a “convergência” económica com a Zona Euro. “Face ao trimestre anterior, Portugal apresenta, à data de hoje, o terceiro maior crescimento entre os países da Zona Euro“, argumenta o gabinete de João Leão. Porém, é de recordar que o PIB português registou a maior queda da União Europeia no primeiro trimestre, o que influencia a comparação.

“Os dados hoje conhecidos reforçam a confiança de que Portugal continuará a crescer acima da média europeia nos próximos anos, permitindo que o nível de bem-estar dos portugueses convirja com a dos restantes países europeus”, diz o ministro das Finanças, citado no comunicado, mostrando-se confiante de que há “indicadores avançados” que “apontam para a continuação de uma forte recuperação até ao final do ano”.

(Notícia atualizada às 12h31 com as declarações de João Leão)

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