Leão afasta redução do rating de Portugal por causa da crise política

Ministro das Finanças aponta a subidas da notação de risco da parte das agências internacionais mas só depois de a indefinição política e governativa ser resolvida.

O ministro das Finanças não vê as agências de rating baixarem a notação de risco de Portugal por causa da crise política. “Não antecipamos esse risco”, diz. Antes, João Leão disse estar à espera de melhorias da notação financeira, que só vão acontecer quando o cenário político e governativo estiver resolvido.

“Portugal foi, depois da crise pandémica e do impacto que a crise teve nas dívidas públicas em toda a europeu, dos primeiros países que teve não uma descida do rating, mas uma melhoria do rating na sequência da pandemia”, disse o ministro à margem da sessão solene comemorativa do 175.º aniversário do Banco de Portugal.

“É um sinal muito positivo para o futuro. Agora, esperávamos assistir a novas melhorias de rating, que agora vão ter de esperar pela resolução da situação política para se conseguir dar a tal estabilidade que ajuda a pôr o país a crescer e a ter maior credibilidade”, disse Leão aos jornalistas.

A agência Moody’s disse esta semana que a crise política é negativa para o país, pois pode atrasar o cumprimento das metas para que se liberte o dinheiro da bazuca europeia. Além disso, as sondagens mostram que nenhum partido conseguirá sozinho uma maioria no Parlamento, o que deverá resultar em novo impasse político, dizem os analistas da agência de rating.

Da mesma forma, o governante também descartou impactos da atual indefinição causada pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 junto dos mercados de dívida.

“Portugal é hoje um país credível, tem a sua dívida pública numa trajetória clara de redução”, disse, apontando para um rácio de dívida pública abaixo dos 123% do PIB no próximo ano, depois de ter atingido os 135% em 2020.

Ainda assim, João Leão espera que esta situação de incerteza política não dure muito tempo.

“Portugal fez o seu trabalho e tem condições de financiamento estáveis. É importante continuarmos a trabalhar e a mostrar credibilidade”, apontou.

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