Centeno lembra que estabilidade também depende do funcionamento político

Governador do Banco de Portugal não abordou diretamente a indefinição governativa no país, mas lembrou que a estabilidade económica e financeira também depende do funcionamento do sistema político.

O governador do Banco de Portugal lembrou esta quarta-feira que a estabilidade económica e financeira do país também depende do funcionamento do sistema político.

“Se alguma coisa a história do Banco de Portugal nos ensina é que estabilidade económica e financeira é o resultado do complexo funcionamento dos nossos sistemas económicos, sociais e até políticos e culturais”, afirmou Mário Centeno na sessão solene comemorativa do 175.º aniversário do Banco de Portugal, em Lisboa.

Centeno falava perante uma plateia repleta de personalidades da vida financeira e política do país, incluindo o primeiro-ministro, António Costa, e presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, o ministro das Finanças, João Leão, e ainda os presidentes dos principais bancos nacionais, entre outros.

Lagarde participará logo à tarde no Conselho de Estado que o Presidente da República convocou para analisar o atual momento político e governativo do país, que se prepara para ir a eleições antecipadas depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022.

"Se alguma coisa a história do Banco de Portugal nos ensina é que estabilidade económica e financeira é o resultado do complexo funcionamento dos nossos sistemas económicos, sociais e até políticos e culturais.”

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

BdP quer ajudar “no desenho das políticas públicas”

No discurso de abertura da sessão solene, Mário Centeno sublinhou o papel do Banco de Portugal seja qual for o momento que o país atravessa: “Nas crises devemos explicar, informar e contribuir para as soluções. Em momentos em que tudo parece estar bem devemos identificar os desafios e deixar os alertas necessários para a estabilidade financeira”.

Lembrando que a história do banco é “indissociável da vida” do país, o governador afirmou ainda que a instituição “soube crescer e adaptar-se com o propósito de servir os portugueses” e defendeu um papel mais ativo que pode assumir “no desenho de políticas públicas”.

“Até 2025, é objetivo do Banco de Portugal contribuir para uma economia portuguesa recuperada, resiliente e convergente na Europa, no médio e longo prazo. Vamos fazê-lo através de uma análise económica oportuna e de qualidade e através de um aconselhamento fundamentado sobre o desenho de políticas públicas”, afirmou Mário Centeno.

Em setembro, o Banco de Portugal apresentou a sua estratégia para os próximos anos, onde deixa vincado esse objetivo de “contribuir para o reforço do conhecimento em questões de política pública”.

(Notícia atualizada às 11h21)

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