Casal gaúcho traz líder da estética brasileira para Portugal
Cristiano Diniz e Paula Reali trocaram o Rio Grande do Sul por Braga, onde instalaram a sede e a primeira clínica da Onodera fora do Brasil. Plano prevê a abertura de dez clínicas em dois anos.
A expansão internacional da Onodera, que reclama o estatuto de maior rede de clínicas de estética no Brasil, era um projeto antigo, mas eternamente adiado na sede da empresa, em São Paulo. Até que em 2018, numa conversa com Cristiano Diniz e Paula Reali – proprietários de três unidades em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e com “interesse em sair do país por motivos pessoais” –, a dona Edna, fundadora e proprietária da marca, decidiu que a internacionalização ia começar por Portugal.
Cristiano Diniz fazia parte dos comités de marketing e de gestão do grupo e é o diretor da Onodera em Portugal; Paula Reali já integrava a área de investigação e desenvolvimento e assume a direção científica nesta primeira operação fora do Brasil. O casal desembarcou em agosto de 2019 com o objetivo de inaugurar a primeira clínica em março de 2020. Porém, o início da pandemia adiou essa abertura em Braga por mais de um ano – aproveitaram para testar os equipamentos, os fornecedores e investir na formação –, concretizada só em abril deste ano.
A escolha de Braga é justificada ao ECO por “vários motivos estratégicos”. Primeiro, queriam um local fora das duas grandes áreas metropolitanas, mas que não fosse muito afastado desses centros económicos. “Entendíamos que precisávamos primeiro de operar, formatar, consertar. E uma coisa é errar em Lisboa, outra é errar em Braga”, argumenta Cristiano Diniz. O segundo motivo é que “dói menos financeiramente arrancar em Braga do que no Porto ou em Lisboa”.
Por outro lado, a cidade minhota mostrou nas pesquisas prévias ter “uma procura muito grande por este tipo de serviços”, atrativa igualmente face à oferta de clínicas existentes, mostrando “um potencial muito grande”. Finalmente, porque a rede da Onodera é antiga, conhecida e respeitada no Brasil, onde foi criada há 40 anos e já fez mais de 12 milhões de atendimentos, e Braga tem uma grande comunidade brasileira, o que “por si só iria empurrar o nome da marca”.
Dói menos financeiramente arrancar em Braga do que no Porto ou em Lisboa. E tem uma grande comunidade brasileira que, por si só, empurra o nome da marca.
Instalada no número 46 da Avenida João XXI, a capital minhota acolhe a primeira clínica e sede da Onodera fora do Brasil, a partir da qual pretende depois “expandir daqui para a Europa”, a começar pela vizinha Espanha. A nível comercial, o gestor de 43 anos, natural de Belo Horizonte, descreve “um movimento muito grande” e que a maioria das clientes são portuguesas, que “perceberam o know-how de uma empresa que é líder no mercado que mais consome estética no mundo”.
Expansão nacional via franchising
Meio ano após a abertura oficial de portas, Cristiano e Paula, ambos com formação de base em fisioterapia, estão agora a lançar o franchising com o apoio da consultora More, de Vila Nova de Gaia, que fez a formatação do negócio para a realidade nacional. “Apesar de ser há muitos anos uma franquia no Brasil, tivemos de seguir os requisitos locais e é muito importante aclimatar a Onodera para ser portuguesa. Estamos à procura de potenciais investidores, de parceiros para nos ajudar a carregar a marca pelo país”, destaca o diretor.
Focado nas capitais de distrito e, em particular, na região Norte e de Lisboa, o plano de expansão prevê a abertura de cinco unidades no primeiro ano e chegar às dez ao final de dois anos, embora a velocidade dependa da retoma da economia e da resposta dos consumidores. Cristiano Diniz frisa que “o franchising cresce muito rapidamente, mas ainda [está] a tentar entender qual vai ser a reação da população depois de tudo o que aconteceu” por causa da pandemia.
É importante aclimatar a Onodera para ser portuguesa. Estamos à procura de potenciais investidores, de parceiros para nos ajudar a carregar a marca pelo país.
Com uma oferta diversificada de tratamentos corporais, faciais e médicos destinados a mulheres de todas as idades, o empresário está a projetar clínicas de 120 a 150 metros quadrados. A dimensão das equipas depende da faturação, mas, pelo menos, cada unidade tem de ter seis a sete funcionários, incluindo médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e esteticistas.
“O mercado da estética está a passar por um crescimento vertiginoso, tanto na oferta como na qualidade e no tipo de serviço que começa a chegar cá. Percebo que a globalização, as redes sociais, fazem com que as portuguesas tenham cada vez mais interesse em estar bem e em se mostrar bem. Porque isto é muito mais do que beleza, é autoestima”, sustenta o antigo professor universitário, que coordenava um curso de fisioterapia numa instituição de ensino superior no Brasil antes de se tornar empresário.
Com o mercado português “em expansão e os clientes a começarem a perceber as diferenças entre os tipos de serviços, que as coisas não são todas iguais, que a tecnologia e o investimento em formação fazem toda a diferença”, Cristiano Diniz acredita que Portugal está a “chegar a um ponto em que os bons serviços se vão diferenciar – e esses vão ficar – e que as portuguesas vão ser cada vez mais exigentes” nos tratamentos de estética.
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