Lucro da Semapa cresce 68% em nove meses, mas vendas de cimento caem
Melhoria do EBITDA e dos resultados financeiros impulsionou resultados dos primeiros nove meses do ano. Vendas de cimento recuaram 3,5%.
A Semapa chegou ao final de setembro com lucros de 122,2 milhões de euros, um crescimento de 68% face ao mesmo período do ano passado. Dívida encolheu 11,4% face ao final de 2020 para 1.077 milhões.
A holding controlada pela família Queiroz Pereira fechou os primeiros nove meses de 2021 com uma subida de 4,7% no volume de negócios para os 1515,3 milhões, proporcionado pelo bom desempenho da pasta e papel (7,3% para 1.119,6 milhões) e da ETSA (+24,4% para 29,1 milhões). Em sentido contrário esteve a Secil, com as vendas de cimento a caírem 3,5% para 366,7 milhões.
No comunicado de apresentação das contas, a empresa liderada por João Castello Branco afirma que a quebra no negócio do cimento “reflete essencialmente a evolução negativa verificada no mercado libanês, efeito da forte desvalorização cambial face ao Euro da libra libanesa que mais que superou o efeito da evolução positiva verificada nos mercados português, tunisino e brasileiro”.
As vendas de cimento e outros materiais de construção cresceram 5% em Portugal para os 244,4 milhões, 12% no Brasil para 64,2 milhões e 19,9% na Tunísia, para 39,6 milhões. Já no Líbano, que atravessa uma grave crise económica e social, afundaram 71,3% para 15,1 milhões. Em Angola, o volume de negócios atingiu um total de 3,9 milhões de euros, mais 18,4% do que no período homólogo.
A quebra das vendas acabou por não ter impacto relevante no EBITDA da Secil, que se manteve estável face ao mesmo período do ano passado, apesar de em 2020 ter registado mais-valias de cerca de sete milhões com a alienação de ativos. Sem esta receita extraordinária, o EBITDA teria crescido este ano 6,2%. O resultado líquido praticamente duplicou para 42,2 milhões.
O contributo favorável quer da pasta e papel quer do negócio do ambiente (ETSA) permitiu um crescimento de 11,9% no EBITDA da Semapa para os 364,8 milhões. A beneficiar as contas esteve ainda a melhoria de 36,3% nos resultados financeiros.
A dívida líquida era de 1.077,2 milhões de euros no final de setembro, menos 138 milhões do que no final de 2020. A holding investiu 82 milhões nos primeiros nove meses, dos quais 13,8 milhões no projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (ID&T) e descarbonização na fábrica de cimento de Outão.
Sobre o futuro, a Semapa alerta, no caso do cimento, “para a subida de preço de vários fatores de produção, com destaque para a componente energética, e a rutura nos fornecimentos de matérias-primas ou de cadeias logísticas a nível internacional, influenciarão a recuperação económica e poderão enfraquecer o seu ritmo. A Secil encontra-se a implementar as medidas de gestão de aprovisionamentos e dos seus custos de produção de forma a mitigar os potenciais impactos”.
Em relação à pasta, papel e tissue, “à medida que a economia recupera e o plano de vacinação é implementado, é expectável que as condições se mantenham globalmente positivas”.
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