Rendeiro fala em defesa da mulher e diz que o erro foi do advogado

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-líder do BPP, encontra-se em prisão domiciliária por branqueamento de capitais e de descaminho de bens. O arguido quebra agora o silêncio.

João Rendeiro afirma que a sua mulher foi envolvida no processo relativo à falsificação de obras de arte por um erro do advogado. De acordo com o ex-banqueiro, “um advogado foi instruído para passar a guarda dos bens para meu nome. Fê-lo num processo, mas esqueceu-se de o fazer neste. A Maria ficou apenas como fiel depositária porque, na altura, eu estava no estrangeiro”, segundo declarações do próprio ao Sapo24. Porém, o arguido e ex-banqueiro não explica a que advogado se refere, já que ao longo dos processos em que está envolvido já foi acompanhado por seis advogados.

João Rendeiro, antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), fugido à Justiça e em parte incerta desde o dia 28 de setembro, disse ao SAPO24 que “só um erro de advogado” levou a que a sua mulher, Maria de Jesus Rendeiro, fosse ainda fiel depositária no caso das obras de arte arrestadas: “Como é evidente, era fiel depositária só de nome. Aliás, pensava que já não era”.

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-líder do BPP, encontra-se em prisão domiciliária por suspeitas de branqueamento de capitais e de descaminho de obras de arte.

A juíza de instrução Catarina Pires aplicou uma das medidas de coação mais gravosas — e privativa de liberdade — por considerar que existia “perigo de fuga, perigo de “perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente, para a aquisição, conservação e veracidade da prova e perigo de continuação de atividade criminosa”, segundo apurou o ECO.

Em causa está um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que nada tem a ver com os outros processos em que o ex-presidente do BPP foi condenado. É sim relativa a um alegado esquema de branqueamento de capitais, que terá tido a conivência de Maria de Jesus Rendeiro. Este inquérito motivou buscas nas casas de Rendeiro, mas também do presidente da ANTRAL e do seu filho – que foi motorista do ex-banqueiro durante vários anos – por suspeitas relativas aos negócios imobiliários em que os três participaram. E que acabam agora por envolver igualmente Maria de Jesus Rendeiro.

O arresto das 124 obras em causa foi feito em 2010, há onze anos, e servia para cobrir um alegado desvio de 31 milhões de euros. Recentemente, na sequência de uma visita da Polícia Judiciária à casa onde habitava o casal, não foram encontradas 15 obras.

Maria de Jesus Rendeiro ter afirmado perante o TIC que o seu marido, João Rendeiro, se encontra na África do Sul,

Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça. Tem ainda mais duas condenações a cinco anos e dez anos de prisão efetiva.

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