Sindicato dos tripulantes critica gestão da operação da TAP e avança com queixa na ACT
Sindicato do pessoal de voo criticou a forma como a transportadora aérea realizou o planeamento das próximas semanas, que inclui datas festivas, e a despromoção de dezenas de chefes de cabine.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) criticou esta terça-feira a gestão de operações da TAP e avançou com uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), segundo uma mensagem aos associados.
Na comunicação, a que a Lusa teve acesso, a estrutura sindical criticou a forma como a transportadora realizou o planeamento das próximas semanas, que inclui datas festivas, tendo a empresa decidido efetuar o downgrade de 40 Chefes de Cabine de Médio Curso e de 20 Chefes de Cabine de Longo Curso.
“Este ato unilateral da empresa demonstra, uma vez mais, que ao contrário do que afirma a administração e publicita em vários órgãos de comunicação, a ‘gestão da operação’ não está ajustada à realidade atual e ao número de tripulantes necessário“.
“Reafirmamos que em vez de fazer malabarismos e brincar com a vida dos tripulantes e das suas famílias, a empresa tem de assumir que errou nos seus cálculos e previsões iniciais, que a operação cresceu mais do que era expectável” e que não se justificam reduções excecionais e temporárias.
O sindicato disse depois que “não é admissível que a empresa, quando alertada pela direção do SNPVAC no passado dia 15 de abril sobre a necessidade de se fazer um ajuste dos quadros, com vista a alcançar uma maior equidade na distribuição do trabalho e do rendimento, alegou que ‘não via necessidade para tal’ e refugiando-se na volatilidade da operação empurrou para finais de novembro tais negociações, como está previsto” no acordo de empresa (AE).
No dia 04 de novembro, refere, “realizou-se esta reunião, tendo a direção do SNPVAC ficado de analisar os dados apresentados pela empresa até à próxima reunião a agendar”, disse o sindicato, acusando a TAP de se furtar a agendar novo encontro.
“Queremos deixar bem claro que o SNPVAC não anuiu a qualquer ajuste dos quadros, não aceitou a mobilidade funcional dentro daqueles moldes, nem pode aceitar que, a pretexto de os tripulantes exercerem os seus direitos de parentalidade, apliquem medidas unilaterais e arbitrárias violadoras dos direitos dos mesmos”, salientou.
Na mensagem, o SNPVAC salientou que “perante este ataque à classe, pela omissão de informação, pela ausência de respostas concretas e taxativas sobre vários temas operacionais que têm vindo a acontecer nos últimos seis meses, não resta outra alternativa a esta direção” que não seja “pedir a todos os tripulantes para não aceitarem quaisquer convites para voar em folga e em período de descanso, cumprindo assim o que está estipulado em AE” e “suspender as negociações e “voos teste” do ‘Welcome Drink’ programados”.
A direção do SNPVAC disse ainda que “enviou de imediato uma queixa a ACT e irá reunir-se com o seu gabinete jurídico para decidir quais os outros trâmites a tomar, nomeadamente o recurso a uma providência cautelar com vista a impugnar de imediato o processo de ‘downgrades’ forçados”, por entender “que existe uma grosseira desigualdade de tratamento entre trabalhadores”.
O sindicato vai ainda pedir uma reunião com caráter de urgência à presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.
A Lusa questionou a TAP, que apenas se quis pronunciar sobre “o absentismo do pessoal de cabina”.
“Durante o fim de semana, registou-se um absentismo do pessoal de cabina superior em cerca de 20% à média. Em consequência, fomos obrigados a cancelar/ atrasar um número significativo de voos. Estamos a trabalhar em conjunto para encontrar formas de mitigar esta situação”, referiu fonte oficial da companhia.
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