Dívida externa cai para 84,4% e aproxima-se do valor pré-crise

O peso da dívida externa líquida de Portugal baixou para 84,4% no terceiro trimestre deste ano, aproximando-se dos valores registados antes da crise pandémica.

A dívida externa líquida de Portugal caiu de 87,5% no terceiro trimestre de 2020 para 84,5% no terceiro trimestre de 2021. Esta redução leva o rácio para perto dos 84% registados no quarto trimestre de 2019, antes do impacto da pandemia. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Após uma subida até quase 88%, a dívida externa líquida da economia portuguesa começou a aliviar em 2021 e aproxima-se agora dos números pré-crise, os quais representam os valores mais baixos desde 2011, ano em que Portugal pediu assistência financeira à troika. O indicador calcula-se através da posição de investimento internacional, excluindo instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros.

“A dívida externa líquida de Portugal, que resulta da subtração à PII dos instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, reduziu-se de 88,1% no final de 2020 (176,4 mil milhões de euros) para 84,5% (174,6 mil milhões de euros) no final do terceiro trimestre de 2021“, nota o banco central, mostrando que a redução também acontece em termos nominais nesta comparação.

Dívida externa líquida nos 84,5% do PIB

Fonte: Banco de Portugal.

Em setembro, a posição de investimentos internacional do país também se tornou menos negativa. “O saldo entre os ativos financeiros sobre o exterior detidos por residentes e os passivos emitidos por residentes e detidos pelo resto do mundo passou de -106,4% do PIB (-212,8 mil milhões de euros) no final de 2020, para -100,4% do PIB (-207,4 mil milhões de euros) no final de setembro de 2021″, revela o Banco de Portugal.

Excedente externo melhora para 928 milhões de euros até setembro

Entre janeiro e setembro deste ano, a economia portuguesa demonstrou uma capacidade de financiamento de 928 milhões de euros, isto é, teve um excedente externo. Para este equilibrar da balança tem sido essencial o reembolso do empréstimo da troika no valor de 1,1 mil milhões de euros em julho.

Até setembro de 2021, a economia portuguesa registou um excedente externo de 928 milhões de euros, mais 1.203 milhões de euros do que em igual período do ano anterior“, revela também o Banco de Portugal esta sexta-feira. Há um ano o saldo era negativo (havia um défice externo) em 274 milhões de euros.

Excedente externo melhora face a 2020, mas ainda abaixo de 2019

Fonte: Banco de Portugal.

Apesar de melhorar significativamente face a 2020, o saldo acumulado das balanças corrente e de capital continua aquém dos valores de 2019, sendo menos de metade dos 2,2 mil milhões de euros de excedente externo registado até setembro desse ano. A principal diferença entre 2021 e 2019 é o contributo positivo do setor do turismo (exportações de serviços), o qual ainda não recuperou da Covid-19.

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