De autocarro ou comboio, tudo valeu para chegar à Escócia com menos emissões
Composta por Flávia Sousa, Guilherme Menezes, Márcia Simões e Tomás Fernandes, com apoio Oney Bank, foi a que alcançou Glasgow utilizando menos tempo, dinheiro, emissões de carbono e consumo de água.
Nesta corrida, não ganhou quem chegou primeiro mas sim quem produziu menos emissões de carbono e consumiu menos água.
A iniciativa Climes to Go, que levou 12 jovens portugueses de Cascais rumo à Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – COP26 chegou ao fim e consagrou a equipa Produção e Consumo como a vencedora desta corrida pelo planeta. Composta por Flávia Sousa, Guilherme Menezes, Márcia Simões e Tomás Fernandes, e apoiada pelo Oney Bank, foi a que alcançou Glasgow utilizando menos Climas – a moeda fictícia criada para avaliar o impacto nas variáveis tempo, dinheiro, emissões de carbono e consumo de água.
Numa sessão realizada na Nova School of Business & Economics, em Carvavelos, e que contou com a presença do Ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, da Vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Joana Balsemão e do Dean da Nova School of Business & Economics, Daniel Traça, a equipa Produção e Consumo foi coroada a vencedora deste desafio que levou 12 jovens em três equipas, numa jornada de 10 dias à Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – COP26.
Com o objetivo de viajar de Cascais a Glasgow da forma mais sustentável possível, as equipas tiveram de fazer as escolhas com o menor impacto ambiental nas suas opções de transporte, alimentação e alojamento, monitorizando tanto a sua pegada hídrica, como a sua pegada carbónica, assim como dar resposta a desafios previamente definidos.
De forma a minimizar o impacto ambiental, as três equipas optaram por percursos diferentes, e utilizaram opções de transporte distintas, sendo o autocarro o meio de transporte mais utilizado pelas equipas, representando 55% dos kms totais percorridos. O comboio foi o segundo escolhido, servindo para percorrerem 33% dos kms do percurso.
As opções de alimentação e utilização de água pelas equipas foram também alvo de monitorização e integradas no cálculo final para apuramento dos resultados. O desempenho médio das equipas durante a viagem, mostrou o quanto podemos ser mais sustentáveis na alimentação e utilização de água.
Comparativamente à Dieta Mediterrânica tradicional, se cada português incorporasse escolhas semelhantes às efetuadas pelas equipas durante esta viagem, teríamos poupanças anuais de 5,7 milhões de toneladas de CO2 emitidas, o equivalente a quase 10% da pegada total portuguesa, e de 7187,6 milhões de m3 de água (água usada na produção dos alimentos), o equivalente a mais do que um Alqueva.
Da mesma forma, se cada português, em vez dos 80 litros que usa em média por duche, adotasse comportamentos semelhantes ao que estes jovens tiveram durante a viagem, teríamos uma poupança anual a nível nacional de 217 milhões de m3 de água.
De acordo com a organização da iniciativa, “nesta corrida pelo planeta, as três equipas competiram e, principalmente, cooperaram entre si, tornando-a num saudável desafio. Com as suas escolhas ao longo de 10 dias, estes 12 empenhados participantes ajudaram-nos a mostrar o impacto real no planeta das nossas opções de vida: que a redução do consumo direto de água na rotina diária tem um importante impacto ambiental, que o desconhecimento da pegada hídrica e da pegada de CO2 nos alimentos dificulta a alteração de consumos alimentares mais responsáveis, e que as decisões individuais na mobilidade urbana e interurbana tem um grande impacto nas emissões de CO2 e, acima de tudo, que qualquer um de nós pode fazer a diferença.”
Durante os 10 dias, e como parte integrante da competição, as equipas concluíram vários desafios (negociação, sensibilização, economia circular e cooperação), fizeram uma diversidade de visitas, entrevistas e acões de rua, em muitas localidades: limpezas de praia, entrevistas a ONGs, Associações, conversas com pequenos negócios sustentáveis, empresas locais inovadoras, cooperativas, centros de investigação e museus.
Por iniciativa própria, os 12 juntaram-se para realizarem uma acão em comum, num verdadeiro espírito de cooperação: em Calais visitaram um centro de apoio a refugiados (Caritas France), onde doaram algumas roupas e objetos.
“Os 12 jovens que saíram de de Cascais rumo à COP26 em Glasgow, mostraram ao mundo que é possível viajar, alimentar-se e, de uma forma geral, viver com muito menos impacto no nosso planeta e recordaram-nos a nós e, principalmente, a todos os políticos e decisores que a inspiração, o amor e o respeito são cruciais para nos levar à ação. Mas, se não agirmos, de pouco nos serve estarmos inspirados.” diz Luís Costa da Get2C.
“Penso que atingimos os objetivos. Queríamos envolver a sociedade civil, juntando empresas e instituições num mesmo propósito, proporcionar-lhes uma experiência real, para que tivessem mais informação para tomar as suas decisões e compreender o seu verdadeiro impacto. Mais do que uma competição, trata-se de uma descoberta, de uma jornada. Uma forma de ativismo, com equilíbrio, para que a vida possa ser vivida por todos e com respeito por esta causa – e casa comum”, refere Susana Carvalho da Earth Watchers
A iniciativa, organizada pela Get2C e pela Earth Watchers, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Embaixada Britânica, pretendeu mobilizar a sociedade portuguesa para a urgente transição climática, contando para isso com o financiamento do Fundo Ambiental, o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Oney Bank e do Grupo Altri.
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De autocarro ou comboio, tudo valeu para chegar à Escócia com menos emissões
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