“Queremos ser catalisadores da inovação”, diz diretor de mobilidade do CEiiA
Portugal percebeu que há oportunidades na mudança e adaptou-se às novas exigências da mobilidade e da sustentabilidade. Paulo Humanes, do CEiiA, acredita que o país tem tudo para liderar nestas áreas.
Uma mobilidade com o menor número de emissões possível. Esta é a visão do CEiiA, centro de engenharia e desenvolvimento, que defende a criação de um ecossistema de mobilidade que permita fazer a gestão de um conjunto de meios de transporte, públicos ou privados, da bicicleta ao carro, passando pela trotinete ou pelo autocarro, de forma eficiente e confortável para os utilizadores. “A ideia é percebermos como podemos chegar a uma situação em que a cidade, e cada cidadão, se possa mover de forma eficiente e com o menor impacto possível”, diz Paulo Humanes, em entrevista ao ECO.
O diretor de mobilidade do CEEIA explica que para atingir a missão a que o centro de investigação se propôs é preciso garantir a colaboração com a indústria, com universidades e com as cidades.
“Acredito que em Portugal temos todos os componentes necessários, mas, por vezes, não estão ligados da melhor forma. E essa é a missão do CEiiA: trazer muitos desses componentes e ajudar a acelerar os processos”. No fundo, acrescenta, “queremos ser catalisadores da inovação, e tentamos desenvolver plataformas e infraestruturas que permitam que esse ecossistema possa florir dentro das cidades”.
Portugal pode ser líder
“Portugal distingue-se na vontade de fazer uma mudança”, acredita Paulo Humanes. Depois de, há uns anos, ter sido o primeiro país do mundo a funcionar durante quatro dias de energia completamente limpa, o país iniciou várias mudanças e introduziu inovações que o colocam numa posição de possível líder europeu, ou mesmo mundial, nas áreas da mobilidade e da sustentabilidade ambiental. “Temos um ecossistema que permitiu entender que a mobilidade podia ser parte da mudança”, acrescenta o responsável do CEEIA.
Um dos fatores distintivos do país é uma indústria da mobilidade muito forte. Paulo Humanes recorda que apesar de não existirem construtores automóveis em Portugal, há uma indústria de componentes com algum peso, a que se juntam construtores de veículos de duas rodas. “Pode não ser conhecido por muitos, mas Portugal é o maior produtor de bicicletas da Europa”, aponta, destacando que o papel do CEEIA passa também por ligar este ecossistema e trazê-lo para a missão conjunta de desenvolver a área da mobilidade. “Essa é a oportunidade única em Portugal pois temos todas estas coisas alinhadas, ainda que outros países possam ter pontos individuais melhores”.
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