Quase quatro em cinco candidatos em processo de outplacement mudaram para posição igual ou superior
No ano passado, mais de metade dos trabalhadores que frequentavam programas de outplacement encontraram uma posição com o mesmo salário ou acima.
No ano passado, 79% dos trabalhadores em processos de outplacement passaram para um novo cargo com a mesma posição ou superior, e 57% encontraram uma posição com o mesmo salário ou acima. Cerca de metade (49%) dos profissionais nesta situação mudaram para uma indústria diferente e a mesma percentagem passou a desempenhar novas funções.
“A Covid-19 gerou uma crise económica e social e provocou mudanças significativas na estrutura e necessidades de talento das organizações. Neste contexto, o outplacement configura uma solução de apoio às organizações e aos profissionais, desempenhando um papel importante, por um lado, na transição dos trabalhadores que saem das empresas e, por outro, na estabilidade das equipas que permanecem, estando assim em sintonia com os atuais desafios do mundo do trabalho”, explica Raquel Alexandre, responsável pelo desenvolvimento de negócio da Talent Solutions, citada em comunicado, comentando os resultados do estudo “Carreiras em transição: Como está a evoluir o outplacement para ajudar as empresas e os trabalhadores a responder às mudanças no mundo do trabalho?”.
O estudo da Talent Solutions aponta para uma crescente mobilidade e progressão de carreiras dos candidatos em transição, em grande parte fruto da pandemia. Mas não só.
Um dos fatores apontados como potenciador da crescente mobilidade profissional é a flexibilidade dos modelos de trabalho. O trabalho remoto acabou por permitir “o acesso a novas funções, que já não estão limitadas pela geografia. Desta forma, em 2020, apenas 8,4% dos candidatos se deslocaram para encontrar um novo emprego, número que se fixava nos 10,5% no ano anterior, a nível global.
“A adesão a uma cultura emergente de mobilidade de carreira deve beneficiar empresas e colaboradores. Para isso, deve assentar num esforço conjunto de requalificação e desenvolvimento dos profissionais, dotando-os das ferramentas e competências para responder eficazmente a novas oportunidades nas suas empresas mas também, em processos de recolocação, aumentando assim a sua empregabilidade”, continua Raquel Alexandre.
Prevendo uma rápida evolução do mercado de trabalho, o estudo conclui ainda que as competências esperadas e procuradas por parte das empresas deverão acompanhar essa evolução, sobretudo durante a próxima década. “Os candidatos que passam hoje por programas de transição têm, por isso, de adquirir competências relevantes para um novo conjunto de funções – em particular, competências tecnológicas e de comunicação”, alerta a empresa do universo do ManpowerGroup.
A evolução de cada vez mais candidatos da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) para setores em ascensão é ilustrativa disto mesmo: em 2020, as áreas de IT e vendas receberam 13% e 16% das colocações de outplacement, respetivamente, em aumento face aos anos anteriores.
O futuro do outplacement
Os trabalhadores em processo de saída das empresas irão, assim, segundo a Talent Solutions, precisar de coaching e conselhos práticos para perceberem como e onde é que as suas competências, atuais e futuras, poderão ser melhor aproveitadas. “Mas irão igualmente necessitar de apoio ao nível do bem-estar, para ganharem a confiança necessária para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e reconstruir a sua carreira”, salienta a empresa especializada em soluções globais de gestão do ciclo de talento.
Já as empresas vão precisar de acompanhar de perto as evoluções na procura e na oferta do mercado de trabalho e compreender que competências serão necessárias no futuro. Para isso, a informação e a capacidade de decisão baseada em dados são elementos que ganham uma importância crescente na gestão do talento.
“O futuro do outplacement combinará insights baseados em dados e inteligência emocional numa evolução de ‘Diapasão’. O apoio providenciado por soluções que ofereçam analítica de dados, inteligência emocional e oportunidades de desenvolvimento de competências críticas, desempenhará um papel vital para ajudar indivíduos e empresas nos seus processos de transição”, conclui o estudo da Talent Soluiton, que teve por base os dados de mais de 300.000 outplacements e as entrevistas com líderes de recursos humanos de empresas europeias.
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