DST foi a única a entregar proposta vinculativa à compra da Efacec
DST foi a única empresa que apresentou uma proposta vinculativa para a compra da Efacec. Na corrida estavam a DST e a Sodecia, mas apenas a primeira entregou a proposta até ao prazo limite.
A DST é a única empresa na corrida à reprivatização da Efacec. A Sodecia ficou pelo caminho já que não entregou a sua proposta vinculativa até 22 de novembro, o prazo limite estipulado, de acordo com o apurado pelo ECO.
“A Parpública comunica que no âmbito do processo de reprivatização da participação social de 71,73% do capital social da Efacec – Power Solutions, no prazo estabelecido, recebeu uma proposta – Best And Final Offer, apresentada pelo investidor DST”, revela a Parpública num comunicado enviado às redações.
O Governo tinha prometido a conclusão do processo de reprivatização de 71,73% da Efacec até ao final de novembro, mas esse prazo não será cumprido, já que a Parpública tem agora de analisar a proposta entregue — “um processo que será rápido”, ao que o ECO apurou. O relatório de apreciação será depois submetido ao Governo, para depois ser apreciado em Conselho de Ministros, que já vai decorrer já em dezembro.
Com o passar do tempo a empresa tem sofrido uma degradação dos resultados, tal como o ECO já avançou e tem dificuldades acrescidas para laborar, havendo mesmo escassez de matérias-primas, que levaram os trabalhadores a fazer uma greve pedindo o afastamento da administração.
O presidente do Grupo DST, José Teixeira, já assumiu que vai fazer um “grande investimento” para ficar com a empresa que atua nos setores da energia, engenharia e mobilidade. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), o responsável recusou comprar apenas uma parte da Efacec — uma solução que chegou a ser colocada para eventualmente tornar a empresa mais atrativa. “A empresa precisa de ser capitalizada, certo? É aí [que está focada] a nossa energia”, disse o responsável, precisando: “O nosso investimento será fortíssimo na capitalização da empresa”.
“Vamos lutar muito para comprar a Efacec, por aquilo que, do nosso ponto de vista, é a melhor solução para Portugal. A Efacec é uma empresa com uma capacidade técnica extraordinária, com um conjunto de trabalhadores e de competências que leva décadas e décadas a formar-se”, avançou ainda José Teixeira. O empresário sublinhou ainda ter a “certeza” que os 2.200 trabalhadores que estão no business plan não chegam para fazer o trabalho.
José Teixeira sabe que vai encontrar uma empresa bastante pior face aos que serviram de base às propostas vinculativas já apresentadas — e que tiveram de ser melhoradas a pedido do Executivo — porque foram informados disso mesmo pela administração da Efacec ainda durante o mês de outubro.
O ECO revelou em primeira mão que as contas até setembro mostravam um resultado operacional negativo de 12 milhões de euros e dúvidas sobre a continuidade da empresa. Os resultados positivos vão transformar-se num EBITDA negativo da ordem dos 20 milhões de euros, a dívida bruta sobe para valores na ordem dos 190 milhões, a faturação cai cerca de 50 milhões face ao estimado inicialmente (290 milhões) e as dívidas vencidas a fornecedores rondam os 80 milhões de euros. Resultados que são explicados por uma degradação inesperada da atividade nos meses e julho e agosto.
O arrastar do processo levou a Efacec a ter de recorrer a um novo empréstimo bancário de 40 milhões de euros, complementar aos 70 milhões que já tinha conseguido junto de um sindicato bancário, tal como o Expresso avançou. BCP, Caixa Geral de Depósitos, Novobanco e Montepio são os bancos envolvidos na operação que no entanto ainda não se terá concretizado.
(Notícia atualizada com mais informação)
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