Trabalhadores portugueses “ganham” entre 1 e 5 euros por mês com novas tabelas de IRS. Veja simulações oficiais das Finanças
Simulações do Ministério das Finanças mostram que portugueses vão ficar com mais dinheiro no fim de cada mês porque níveis de retenção na fonte descem com as novas tabelas.
O Ministério das Finanças publicou esta quinta-feira as novas tabelas de retenção na fonte com taxas de IRS a aplicar mensalmente aos rendimentos do trabalho dependente. Assim, os portugueses vão ficar com mais dinheiro na carteira, ao fim de cada mês em 2022. As simulações do Ministério das Finanças revelam que esse ganho poderá variar entre um e cinco euros mensais, dependendo do rendimento de cada contribuinte.
Vamos ver alguns dos exemplos que o ministério de João Leão preparou. Um solteiro que ganhe 900 euros por mês (brutos) passará a reter todos os meses menos um euro face a 2021. Ou seja, em vez de retidos 92 euros para efeitos de IRS, são retidos 91 euros. Mas se o seu salário bruto for de dois mil euros, então a poupança mensal será de dois euros. Ou seja, em vez de reter 442 euros, passa a reter 438. Já para salários mensais brutos de 2.500 euros, a poupança é de cinco euros, ou seja, 70 euros no final do ano.
As poupanças são idênticas quer o solteiro tenha um ou mais filhos, mas os valores retidos são diferentes. Por exemplo, os mesmos 900 euros brutos tinham uma retenção de 61 euros no caso dos solteiros com um filho e passam a reter 60. E se ganhar 2.500 brutos, em vez de reter 610 passa a reter 605 euros. Já se o contribuinte tiver a seu cargo dois dependentes e o mesmo salário de 2.500 euros brutos tem uma retenção de 555 euros em vez 560. Ou seja, em ambos os casos a poupança mensal é de cinco euros.
Já no caso de contribuintes casados os cálculos são idênticos. Assim, um rendimento mensal bruto de 900 euros via retidos todos os meses 92 euros; no próximo ano ficará logo com mais um euro no bolso. Também nestes casos, a redução do valor retido chega aos cinco euros nos rendimentos brutos de 2.500 euros mensais. No caso de um salário bruto de dois mil euros, se o contribuinte não tiver filhos passa a reter 438 euros. Valor que desce para 428 euros caso tenha um dependente e 392 euros se forem dois. Nos três exemplos há um “ganho” de quatro euros ao fim de cada mês.
Segundo o Ministério das Finanças, as novas tabelas de retenção na fonte para 2022 “dão continuidade ao ajustamento progressivo que tem vindo a ser feito nos últimos anos entre as retenções na fonte e o valor do imposto a pagar”. E sublinha que “este ajustamento mostra-se particularmente necessário nas tabelas relativas ao trabalho dependente (casado e não casado)”.
De acordo com o Executivo, as novas taxas garantem às famílias portuguesas uma liquidez adicional de 175 milhões de euros, ao longo do próximo ano, um valor inferior aos 200 milhões dados em 2021.
Depois de aprovada a subida do salário mínimo em Conselho de Ministros na quinta-feira para 705 euros, o Governo publicou as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que constam de um despacho assinado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, elevando para 710 euros o valor a partir do qual se começa a pagar IRS. O Executivo justifica ainda a publicação das tabelas já para dar “previsibilidade do processamento de salários e pensões, cujos sistemas têm de ser atempadamente adaptados”.
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