“Não vale a pena ter um novo aeroporto” sem a TAP, diz Siza
Ministro da Economia diz que TAP "é uma das empresas mais críticas do país". Sem a empresa, "não vale a pena ter um novo aeroporto significativo", indicou.
O ministro da Economia considera que a TAP “é uma das empresas mais críticas” para o futuro do país. Por isso, acredita que “não vale a pena ter um novo aeroporto” sem a companhia aérea nacional. E justifica, referindo que o movimento aeroportuário cresceu em Lisboa “porque a TAP cresceu” e que outros operadores acabaram por ser motivados a operar em território nacional.
“Eu acho mesmo que a TAP é, provavelmente, uma das empresas mais críticas para o nosso futuro coletivo. Assumo isso claramente. Mas também não vale a pena ter um novo aeroporto significativo sem a TAP”, disse Pedro Siza Vieira esta sexta-feira, durante o 46.º Congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Aveiro.
O responsável pela pasta da Economia enalteceu a importância da companhia aérea para o país, como o contributo de quase 2% do PIB que a TAP teve para as exportações em 2019. “Fazer desaparecer uma companhia com características da TAP teria um impacto negativo na nossa balança comercial. Conseguiríamos ainda ter alguma conectividade aérea, mas teríamos um grande impacto negativo”, acrescentou.
Além disso, justificou, “o movimento aeroportuário cresceu em Lisboa porque a TAP cresceu. O crescimento da TAP motivou outros operadores a virem para Portugal”. Sem a TAP, a Portela “seria um aeroporto secundário, na melhor das hipóteses”.
“História do [novo] aeroporto é lamentável”
Pedro Siza Vieira falou ainda da questão do novo aeroporto de Lisboa, referindo tratar-se de uma “história absolutamente lamentável”. “Estamos a falar da organização do sistema político. Qualquer uma das três opções tem prós e contras. Mas a incapacidade se tomar uma decisão onde alguns setores ainda acham que há aspetos que não são favoráveis é absolutamente lamentável”, disse.
Referindo que houve mesmo momentos em que perdeu a esperança de se aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa, o ministro referiu que Portugal “precisa mesmo de um aeroporto”. Isso é “incontestável”.
“Estes foram anos perdidos” nesta matéria, continuou, recordando como foi necessário alterar a lei que permitia às autarquias ter uma palavra a dizer quanto à escolha da localização do novo aeroporto. “Era preciso mesmo mudar a lei, se não nunca [se] ia tomar uma decisão”, disse.
E, concordando com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esperar que “uma das vantagens destas eleições [legislativas] seja que o sistema político seja capaz de responder ao que disse o Presidente da República: que os partidos se entendam de uma vez quanto ao novo aeroporto“.
O Governo pediu em março uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o novo aeroporto de Lisboa, estando em cima da mesa três opções: Portela como aeroporto principal e Montijo como complementar; Montijo como principal e Portela como complementar; novo e único aeroporto em Alcochete. O Executivo aponta para 2023 a entrega desse documento, ou seja, antes de 2023 não haverá um novo aeroporto.
(Notícia atualizada às 11h20 com mais informação)
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