BCE preocupado com qualidade de ativos devido ao impacto da Covid-19
O BCE está preocupado que "a combinação de rendimentos reais historicamente baixos e avaliações elevadas possa traduzir-se numa reavaliação do risco nos mercados financeiros".
O Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com a qualidade dos ativos bancários, uma vez que o impacto total da pandemia poderá materializar-se a médio prazo, quando a maior parte do apoio público de emergência for retirado.
O BCE publicou esta terça-feira as prioridades de supervisão e avaliação de risco para o período 2022-2024.
“Os bancos supervisionados continuaram a mostrar resistência durante o último ano, embora o panorama de risco do setor bancário europeu continue a ser moldado pelo impacto da pandemia de coronavírus (Covid-19)”, afirma o BCE.
Os bancos têm geralmente mantido um bom nível de capitalização e têm sido capazes de ajudar as famílias, as pequenas e médias empresas (PME) e as grandes empresas a lidar com os desafios decorrentes da crise global de saúde.
A melhoria das condições macroeconómicas em relação ao ano passado reduziu alguns dos riscos para o setor bancário, mas as perspetivas económicas permanecem incertas porque dependem da evolução da pandemia e devido a estrangulamentos mais recentes nas cadeias de abastecimento.
O BCE está também preocupado que “a combinação de rendimentos reais historicamente baixos e avaliações elevadas possa traduzir-se numa reavaliação do risco nos mercados financeiros que, se ocorrer, poderá também prejudicar a resiliência global dos bancos”.
Os problemas com a sustentabilidade dos modelos de negócio dos bancos e da governação interna foram exacerbados pela crise e exigem uma ação eficaz e atempada, de acordo com o BCE.
Os supervisores devem também reduzir proativamente os riscos na área dos riscos climáticos e ambientais.
As três prioridades identificadas para o período 2022-2024 visam assegurar que os bancos saiam da pandemia com boa saúde financeira, implementem estratégias de digitalização eficazes e uma governação reforçada, e abordem os riscos emergentes, incluindo os riscos climáticos e ambientais, e os riscos tecnológicos e cibernéticos.
Para cada prioridade, a Supervisão Bancária do BCE estabeleceu objetivos estratégicos e programas de trabalho, cobrindo os próximos três anos.
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