Siza revela que empréstimo de 45 milhões à Efacec já foi assinado na terça-feira
CGD, BCP, Novobanco e Montepio são as quatro instituições que formam o novo sindicato bancário que vai emprestar mais 45 milhões à empresa, confirmou Siza Vieira ao ECO.
O ministro da Economia avançou ao ECO que o empréstimo de 45 milhões de euros à Efacec foi assinado na terça-feira. Em causa está uma operação para garantir o funcionamento da empresa enquanto o processo de reprivatização não é concluído.
“Foi celebrado um novo contrato de financiamento que foi concluído”, resumiu Pedro Siza Vieira ao ECO, à margem do conferência “Regulação e Mobilidade: Que Futuro?”, em Lisboa. O contrato celebrado entre a Efacec, um conjunto de bancos e o Banco de Fomento visa dar “um apoio adicional durante este tempo que a empresa tem pela frente até à conclusão do processo de reprivatização, para que não faltassem recursos financeiros para a empresa manter a sua atividade operacional”, explicou o responsável pela pasta da Economia. E deu como exemplo a necessidade da Efacec “prestar garantias aos seus clientes, uma vez que a empresa está cada vez a prestar mas contratos nos mercados internacionais”.
Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, Novobanco e Montepio são as quatro instituições que formam o novo sindicato bancário que vai emprestar mais 45 milhões à empresa, confirmou ao ECO Siza Vieira. Trata-se de uma garantia de 80% do Banco de Fomento enquadrada na Linha de Apoio à Economia Covid-19 para empresas exportadoras da indústria e do turismo, com uma dotação de 1.050 milhões. Este crédito segue-se aos 70 milhões concedidos em agosto do ano passado e que já estão há esgotados.
Este empréstimo é fundamental tendo em conta que, com o arrastar do processo de reprivatização, as contas da empresa têm-se vindo a degradar. Tal como o ECO avançou, sete milhões estão reservados para ‘disponibilidade de segurança’, ou seja, para o pagamento de salários, caso seja necessário e 29 milhões são para aplicação de fundos, dos quais dez milhões para pagar a fornecedores.
Oficialmente, a administração da Efacec garantiu ao ECO que, “em nenhum momento o referido financiamento foi pensado para outro fim, nomeadamente o do pagamento de salários”. E esta quinta, dia marcado por mais uma greve dos trabalhadores que exigem a demissão da administração e a compra de matérias primas para trabalharem, a empresa liderada por Ângelo Ramalho reiterou numa nota que garante estar “focada no desempenho eficiente, assegurando que não está em risco o cumprimento das suas obrigações, nomeadamente com os seus colaboradores e todos os stakeholders”. “A operação de financiamento em curso vem dar resposta a uma necessidade que decorre do exercício normal da atividade da Efacec”, frisou fonte oficial da empresa.
Com este novo financiamento, a dívida líquida (net/debt) atingirá os 210 milhões de euros, acima dos 104 milhões projetados quando o processo de reprivatização se iniciou. Já o EBITDA ficará nos 23,6 milhões negativos quando a projeção apontava para 22,9 milhões de euros positivos, enquanto a faturação ficará nos 238 milhões, menos 84 milhões de euros do que o previsto.
Esta deterioração decorre da demora no processo de reprivatização sendo que Siza Vieira diz que o Executivo continua a avaliar a proposta que o Executivo recebeu da DST, a única concorrente que acabou por subscrever uma Best and Final Offer — embora não necessariamente com melhor condições.
“Espero nos próximo dias, próximas semanas ter algumas conclusões“, disse o ministro da Economia aos jornalistas à margem da conferência. Reiterando assim o prazo definido de ter a decisão tomada até ao final do ano.
O ECO questionou a Parpública sobre se já tinha enviada o seu parecer ao Governo, parecer esse que terá depois de ser apreciado em Conselho de Ministros, mas não foi possível obter uma resposta.
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