“Não há evidências” de que Ómicron seja menos grave do que variante Delta, diz estudo
Estudo divulgado pelo Imperial College London aponta que "não há evidências" de que a Ómicron seja menos grave do que a Delta. Contudo, admite que os dados de hospitalizações são "muito limitados".
Um estudo divulgado esta sexta-feira pelo Imperial College London aponta que o risco de reinfecção com a variante Ómicron é 5,4 vezes maior do que a variante Delta. Além disso, os investigadores apontam que “não há evidências” de que esta variante seja menos grave do que a variante Delta.
“O estudo não encontrou nenhuma evidência de que a Ómicron tenha uma gravidade inferior à da [variante] Delta, tendo por base a proporção de pessoas com teste positivo que relatam sintomas, ou a proporção de casos que recorreram a tratamento hospitalar, após a infeção. No entanto, os dados de hospitalização permanecem muito limitados neste momento”, lê-se no estudo divulgado esta sexta-feira pelo Imperial College London.
Este estudo foi baseado nos casos de infeção identificados entre 29 de novembro e 11 de dezembro deste ano, no Reino Unido, numa altura em que os casos estão a aumentar no país. Nas últimas 24 horas, o Reino Unido registou mais de 88 mil casos de infeção, um máximo pelo segundo dia consecutivo.
As conclusões deste estudo apontam ainda para que os casos de infeção associados à Ómicron estejam a duplicar a cada dois dias, comparativamente com os casos associados a outras variantes, incluindo a Delta. O estudo aponta ainda que o risco de reinfecção com a variante Ómicron é 5,4 vezes maior do que a variante Delta. “Isso implica que a proteção contra a reinfecção pela Ómicron proporcionada por infeções anteriores possa ser tão baixa quanto 19%”, sublinha o documento.
Quanto à eficácia das vacinas contra esta nova variante, os cientistas estimam que as vacinas de reforço da Covid possam ter uma eficácia de 85% contra doença grave provocada pela Ómicron e mais de 90% contra óbito, isto a cada 60 dias após a terceira dose. Já sem dose de reforço, a proteção contra doença grave com a variante Ómicron poderá reduzir para 20% no caso das pessoas inoculadas com a vacina da AstraZeneca e para 40% nos pacientes inoculados com a Pfizer, isto seis meses após a segunda dose. No entanto, os cientistas sublinham que era é o pior cenário.
Esta sexta-feira, a ministra da Saúde alertou a que “os próximos dias vão ser decisivos” para perceber o impacto da variante Ómicron, revelando que esta variante é já responsável por 20% dos casos detetados em Portugal. No entanto, as estimativas do INSA apontam para que possa chegar aos 50% na próxima semana e de 90% na semana de final de ano.
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