Despesa pública com testes duplica em novembro e deve acelerar em dezembro
Até outubro, a média mensal de gastos do Estado com testes era de 20 milhões de euros. Em novembro deu um salto para 40 milhões e em dezembro deverá voltar a acelerar.
Os portugueses estão a recorrer cada vez mais à testagem, também por causa das medidas implementadas pelo Governo, e isso está a refletir-se nas contas públicas. Se até outubro a média mensal de gastos com testes de diagnóstico Covid-19 era de 20 milhões de euros, em novembro deu um salto para 40 milhões de euros. Em dezembro, mês em que se registaram recordes diários de testagem, a despesa deverá voltar a acelerar.
O Estado português gastou 247,1 milhões de euros em testes Covid-19 até novembro, de acordo com a síntese de execução orçamental da Direção-Geral de Orçamento (DGO), com dados entre janeiro e novembro deste ano, publicada esta terça-feira. Este valor compara com os 207,6 milhões de euros gastos até outubro, ou seja, foram gastos 40 milhões de euros apenas num mês.
Novembro foi o mês em que os testes antigénio voltaram a ser comparticipados pelo Estado, a partir do dia 18, nas farmácias e laboratórios aderentes ao regime excecional de comparticipação, num máximo de quatro testes mensais por utente (recentemente o limite foi alargado a seis testes), dado o agravamento da situação epidemiológica. A realização de teste passou gradualmente a ser requerida em mais ocasiões a partir do Conselho de Ministros de 25 de novembro, o que levou a um aumento da testagem.
Esta tendência intensificou-se recentemente com o surgimento da variante Ómicron e a introdução de mais medidas que apostam fortemente na testagem. Além de obrigar a testagem (mesmo para vacinados) no acesso a lares, discotecas, visitas a pacientes internados e eventos sem lugares marcados, o Governo decidiu a 21 de dezembro requerer teste negativo para a entrada em restaurantes, casinos e festas de passagem de ano no Natal e Ano Novo, para hotéis, casamentos e eventos empresariais e para o acesso a espetáculos culturais e eventos desportivos.
Estas novas medidas levaram a um aumento significativo da procura por testes, com várias notícias de falta de capacidade de testagem um pouco por todo o país. Ainda assim, houve recordes de testagem no país em dois dias consecutivos e os portugueses acabaram por fazer mais de 620 mil testes nos dois dias antes do Natal. Estes números de testagem não incluem, obviamente, os autotestes que os portugueses possam ter realizado em privado.
É de notar que até setembro o Estado tinha gasto 121,9 milhões de euros em testes, o que implicaria uma subida significativa em outubro para chegar aos 207,6 milhões de euros. Porém, este aumento repentino tem uma explicação: “Até setembro foi incluída despesa com Equipamentos de Proteção Individual de 60 milhões de euros, que em outubro foi corrigida para testes de diagnóstico COVID, 69 milhões de euros“, esclarece a DGO. Caso se some os 69 milhões ao valor até setembro, chega-se à conclusão que o aumento entre setembro e outubro foi de 16,7 milhões de euros, o que compara com o aumento de 39,5 milhões de euros entre outubro e novembro.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Despesa pública com testes duplica em novembro e deve acelerar em dezembro
{{ noCommentsLabel }}