Imobiliário fecha 2021 nos 33 mil milhões de euros, 10% acima de 2020

Habitação deverá chegar aos 30 mil milhões de euros em transações e o imobiliário comercial aos 1,9 mil milhões. JLL antecipa que setor fique 10% acima do níveis de 2020.

A pandemia abalou muitos setores, mas a resiliência do imobiliário foi notória. Depois de ter encerrado 2020 com 28,9 mil milhões de euros transacionados, 2021 deverá terminar ainda mais forte. As estimativas da consultora JLL apontam para 33 mil milhões de euros transacionados, um valor 10% superior ao observado no ano passado. Este desempenho deve-se, sobretudo, ao mercado residencial.

Dos 33 mil milhões de euros estimados para a totalidade de 2021, a maioria vem do mercado residencial. De acordo com um comunicado da JLL, 30 mil milhões de euros (91%) são resultantes da compra de habitação. Aqui, “as vendas estimadas significam atingir um novo recorde, num montante que supera em 15% os 26,2 milhões de euros transacionados em 2020”, diz a JLL.

Os restantes 1,9 mil milhões de euros (9%) estão alocados ao imobiliário comercial, como por exemplo escritórios, retalho, hotelaria ou indústria. Aqui, contudo, o valor transacionado deverá ficar cerca de 30% abaixo dos níveis observados no ano passado. Isto deve-se, por um lado, “aos atrasos na conclusão de operações de grande dimensão” devido à pandemia e, por outro, “à escassez de produto para investimento em certos segmentos”.

“Nesta reta final do ano, apesar do contexto adverso da pandemia que já impacta o setor há quase dois anos, confirma-se que o imobiliário tem sido fundamental para a recuperação da economia“, diz Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, citado em comunicado. “Isso é especialmente visível na habitação, onde mais do que um setor a resistir, vemos um setor com uma vitalidade acrescida e níveis de procura em máximos históricos”.

Antecipando 2022, o responsável nota que “esta aceleração da atividade na segunda metade do ano abre boas perspetivas” para o próximo ano. “O mercado reúne todas as condições para ganhar robustez ao longo de 2022, pois existe uma procura real para escritórios e para habitação, e, no que respeita ao investimento, Portugal continua a estar muito bem posicionado para disputar a elevada liquidez disponível no panorama internacional“.

Portugueses lideram, mas procura internacional está “muito ativa”

No mercado residencial, “os níveis de procura continuam a subir, dando continuidade à tendência dos últimos anos”, refere a JLL, no mesmo comunicado, estimando que os 30 mil milhões de euros representem 191.000 habitações vendidas.

Olhando para o que foi feito em 2021, no âmbito das vendas realizadas pela JLL, os compradores nacionais representaram 60% das transações, sendo que, no segmento internacional, as nacionalidades mais ativas foram os brasileiros, britânicos, norte-americanos, franceses e espanhóis.

Os preços das casas continuam a subir, mas a um ritmo mais lento, confirma a consultora imobiliária, notando uma “crescente dispersão geográfica do mercado, como resposta ao posicionamento do centro da cidade”. As pessoas procuram mais zonas com preços mais acessíveis e qualidade de oferta, de que se destacam eixos como Alcântara e Marvila, em Lisboa, e Oeiras, no contexto metropolitano.

“Tem-se notado uma crescente procura nacional que vê no imobiliário um bom refúgio, notando-se um aumento por imóveis em localizações como Oeiras, Matosinhos ou Leça. Em relação à procura estrangeira, as alterações ao programa dos vistos gold, a vigorar já a partir de janeiro de 2022, têm pressionado as vendas internacionais, diversificando o leque de nacionalidades ativas”, diz Patrícia Barão, responsável pela área de residencial da JLL.

Ainda assim, diz, “mesmo com as alterações previstas para o início do ano, a procura internacional está muito ativa“. “Portugal está no radar dos estrangeiros seja para investir, viver ou trabalhar e o contexto pandémico veio colocar o nosso país na pole position dos países europeus”, acrescenta.

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