Depósitos das famílias atingem recorde de quase 172 mil milhões
Em tempo de pandemia, as famílias continuam a deixar o dinheiro no banco. Os depósitos subiram 7,1% em novembro, para um novo máximo de 171,9 mil milhões de euros.
Nunca os portugueses confiaram tanto dinheiro aos bancos. Os depósitos dos particulares voltaram a crescer em novembro – após um período de decréscimo com a abertura da economia a incentivar o consumo – para um novo valor recorde acima dos 170 mil milhões de euros.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, os depósitos das famílias subiram 7,1% para os 171,9 mil milhões de euros no mês passado, que coincidiu com o início do pagamento do subsídio de Natal (ou 13.º mês) pelas empresas e pelo Estado.
Foi a primeira vez que a fasquia dos 170 mil milhões de euros em depósitos foi ultrapassada em Portugal, reforçando uma trajetória de crescimento do dinheiro guardado pelos portugueses nos bancos desde o início da pandemia, em março de 2020. Durante este período, os depósitos bancários cresceram 19,7 mil milhões de euros, indica o Banco de Portugal.
Entre julho e setembro, as aplicações caíram ligeiramente, perante o levantamento das medidas de restrição e, sobretudo, com o período de férias, que levaram os portugueses a gastarem mais dinheiro. Entretanto, os depósitos voltaram a crescer em outubro (+506 milhões de euros) e agora em novembro (+2.234 milhões).
Famílias confiam cada vez mais dinheiro aos bancos
Fonte: Banco de Portugal
Também os depósitos das empresas atingiram um valor máximo em novembro, registando uma subida de 14% face a outubro para os 60,1 mil milhões de euros, adianta a entidade liderada por Mário Centeno. Esta evolução acontece depois do fim das moratórias em setembro — e quando o supervisor esperava uma maior utilização do dinheiro guardado nos bancos para retomar as prestações dos créditos.
Crédito volta a desacelerar nas empresas
Segundo o Banco de Portugal, a concessão de crédito continua a crescer tanto junto das famílias como das empresas, mas mantém-se em desaceleração no segmento empresarial.
O montante total de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas cresceu 4,7%, para 76 mil milhões de euros em relação ao mesmo mês de 2020. “O ritmo de crescimento destes empréstimos diminuiu pelo sétimo mês consecutivo“, sublinha o supervisor. A desaceleração é transversal às micro e às pequenas e médias empresas, enquanto os financiamentos às grandes empresas aceleraram.
“O crescimento dos empréstimos às micro e pequenas empresas não era tão baixo desde abril de 2020, mês após o qual foram disponibilizadas linhas de crédito de apoio às empresas no âmbito da pandemia”, indica o Banco de Portugal.
No que diz respeito às famílias, o montante total de empréstimos aos particulares para habitação cresceu 4,4% em relação a novembro de 2020, para 96,6 mil milhões de euros. E o crédito ao consumo está a acelerar: cresceu 2,2% relativamente a novembro de 2020, para 19,2 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 12h09)
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