Em atualização PSD indica Emídio Guerreiro. Comissão da CGD suspensa
Já há um nome proposto pelo PSD para assumir a liderança da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD). É Emídio Guerreiro. Mas os trabalhos vão ser suspensos.
Paulo Trigo Pereira tinha assumido interinamente a liderança da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois da saída de Matos Correia. O PSD propõe agora o nome de Emídio Guerreiro para comandar esta comissão, sendo que tanto PSD como CDS apresentaram um pedido de suspensão dos trabalhos até o Tribunal da Relação tomar uma decisão sobre a correspondência entre Domingues e Centeno pedida pelos deputados.
Emídio Guerreiro, deputado do PSD, é que vai assumir a partir de agora a presidência da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. Foi hoje anunciado oficialmente durante a reunião de mesa e coordenadores. O também deputado do PSD vem substituir José Matos Correia, que bateu a porta por considerar que a comissão não estava a cumprir o seu objetivo: apurar a verdade. Matos Correia foi substituído temporariamente por Paulo Trigo Pereira.
Durante esta reunião, o PSD e o CDS também entregaram um requerimento a pedir a suspensão dos trabalhos da comissão até que sejam entregues documentos da CGD, do Banco de Portugal, do Ministério das Finanças e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Um pedido que não foi votado hoje, explica o coordenador do PSD Hugo Soares, porque as restantes bancadas quiseram que isso acontecesse em plenário da comissão, numa reunião marcada para 1 de março.
Segundo João Paulo Correia, estão “à mercê dos amuos” do PSD e do CDS, acrescentando que “já chega de brincar à banca, o sistema financeiro precisa de estabilidade”. O deputado do PS acusa os partidos da oposição de tudo terem feito para “fragilizar a CGD e o sistema financeiro”.
PCP: Suspensão dos trabalhos era esperada
Miguel Tiago, do PCP, diz que a suspensão dos trabalhos era “esperada”, até porque a “suspensão dos trabalhos foi ponderada desde o início dos trabalhos”. Uma suspensão a que o PSD e o CDS sempre se opuseram, diz o deputado comunista, reiterando que o PCP continua empenhado em perceber o que aconteceu à gestão da Caixa. Já Moisés Ferreira, deputado bloquista, acusa os partidos da oposição de estarem constantemente a interromper e a adiar as audições.
Questionado sobre se isto poderá arrastar ainda mais a comissão, João Almeida diz esperar que não. O deputado do CDS refere que “vamos concluir [a comissão] com todo a informação”, se a esquerda o permitir. Isto depois de a direita ter proposto a criação de uma nova comissão de inquérito à nomeação de António Domingues, conseguido então ter acesso à correspondência trocada entre o ex-presidente da CGD e Mário Centeno. Documentos que a esquerda diz que não devem ser divulgados por violarem a Constituição. João Almeida deixa claro que o CDS não está disponível para apoiar uma comissão cujo objeto é “inconstitucional”.
O texto da resolução que está a ser preparado pelo PSD e CDS “está a ser trabalhado”, diz João Almeida, sem indicar uma data para a sua divulgação. “Vamos propor uma comissão para averiguar aquilo que nos impediram de averiguar nesta comissão.”
Segundo a agência Lusa, Jerónimo Martins reiterou que o partido não se opõe à criação de uma nova comissão, mas questiona os objetivos. “Esse direito democrático e constitucional deve ser salvaguardado”, diz o secretário-geral do PCP. Sem oposição do partido, a iniciativa desses dois partidos poderá avançar desde que seja “no respeito da Constituição e da lei”, sublinhou.
(Notícia atualizada às 16h56 com mais declarações)
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