Biden anuncia ajudas a pequenos produtores de carne para travar inflação

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2022

Entre as medidas anunciadas estão cerca de 243 milhões de euros em ajudas a produtores independentes e 88,5 milhões de euros para formação e redução dos custos de inspeções em pequenas fábricas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou segunda-feira 1.000 milhões de dólares (885 milhões de euros) para os produtores independentes de carne, de forma a reduzir o controlo do mercado pelos grandes produtores e travar a inflação.

De acordo com a agência Efe, a decisão de Biden é conhecida num momento de pressões crescentes sobre o seu Governo perante a elevada inflação vivida no país, que atingiu em novembro uma taxa interanual de 6,8%, a maior em quatro décadas.

“O capitalismo sem concorrência não é capitalismo, é exploração. Isso é o que estamos a viver agora nas indústrias da carne e das aves de capoeira”, disse Joe Biden numa mesa redonda virtual com produtores e agricultores independentes.

O presidente dos Estados Unidos denunciou que o mercado de carne no país está “distorcido por falta de concorrência”, já que apenas quatro grandes conglomerados controlam 85% do mercado da carne bovina, 57% da avícola e 70% da suína, de acordo com a Casa Branca.

Os quatro gigantes são a Tyson Foods, a Cargill, a National Beef Packing Company e a JBS, sendo as duas últimas controladas por empresários do Brasil.

Joe Biden assegurou que os lucros dessas empresas estão a aumentar ao mesmo tempo que “os preços nas lojas de alimentação sobem”, mas as receitas dos agricultores independentes provenientes da carne que vendem através dos conglomerados, por outro lado, “baixam”.

Muitos agricultores e fazendeiros estão a ver-se forçados a cessar as suas operações, e por vezes são operações que estão ativas há gerações”, salientou.

Entre as medidas anunciadas estão 275 milhões de dólares (cerca de 243 milhões de euros) em ajudas a produtores independentes para aceder a “capital acessível de longo prazo” e 100 milhões de dólares (cerca de 88,5 milhões de euros) cada para, respetivamente, formação de funcionários e redução dos custos de inspeções em pequenas fábricas.

Por outro lado, os grandes produtores asseguram que a subida dos preços responde ao aumento da procura por parte dos consumidores e aos custos crescentes associados aos problemas na cadeia de abastecimento global, bem como à escassez de trabalhadores provocada pela pandemia de Covid-19.

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos criticou o anúncio de Joe Biden e lamentou que o presidente queira aumentar o poder regulador do Governo em relação à concorrência empresarial.

“Essa intervenção do Governo provavelmente acabará por constranger ainda mais os abastecimentos e provocará que os preços subam ainda mais”, afirmou em comunicado o vice-presidente executivo da Câmara de Comércio, Neil Bradley, citado pela agência Efe.

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