Camiões a gás natural querem desconto no ISP e outros apoios do gasóleo profissional

Em causa estão os preços recorde que o gás natural tem atingido nos mercados europeus. A associação ibérica Gasnam diz que as empresas que apostaram na descarbonização não podem ser prejudicadas.

Com o preço do gás natural a bater recordes ao longo de 2021, impactando sobretudo os preços da energia elétrica nos mercados grossistas europeus que atingiram, também eles, preços nunca antes vistos e provocando uma verdadeira crise energética na União Europeia, há agora novas vítimas que vêm pedir apoios.

“As empresas de transporte que apostaram com mais determinação na descarbonização do transporte de pessoas e mercadorias não podem ser as que são mais atingidas com o aumento galopante de preços nos mercados energéticos”, defende a Gasnam.

Em comunicado, a associação ibérica que apoia e promove a utilização do gás natural, biometano e
hidrogénio como soluções de mobilidade sustentável nos transportes terrestres, marítimos e ferroviários
em Espanha e Portugal, lembra que o preço do gás natural veicular tem vindo a subir de forma muito significativa nos postos de abastecimento em Portugal desde o início do quarto trimestre de 2021 e exige “a extensão ao GNV das medidas de apoio que vigoram para o gasóleo profissional no âmbito do reembolso parcial em sede de ISP consagrado na Portaria 246-A/2016”.

“O aumento dos custos com o combustível, prejudica de forma significativa a competitividade das empresas de transporte que assumiram um compromisso mais determinado de descarbonização da mobilidade, contribuindo para a redução das emissões de CO2”, refere a Gasnam no mesmo comunicado, acrescentando que “o setor exige medidas que promovam o uso do biometano e que ajudem a aliviar a crise, tal como fazem outros governos, da Alemanha, França e Itália”.

A associação ibérica considera também necessário que o Governo de Portugal “dê um sinal do seu apoio às empresas que mais apostaram nos combustíveis alternativos e que agora sofrem os maiores prejuízos derivados do aumento drástico dos preços”.

De acordo com o relatório elaborado pela consultora independente PwC para Gasnam, apresentado em dezembro de 2021, uma solução passaria por alimentar a frota de veículos pesados a gás natural com um mix de gases renováveis (biogás e hidrogénio) e poderia evitar entre 3 e 7 milhões de toneladas de CO2 em 2030 a nível ibérico, o que representa entre 15-20% da meta do PNEC e do PNIEC para o setor de transportes

“Para que isso seja possível, é necessário um compromisso com o desenvolvimento de gases renováveis, dotando o setor de mecanismos de apoio adequados. Seria importante uma rápida regulamentação das garantias de origem para os biocombustíveis produzidos a partir dos gases renováveis, permitindo a adequada adaptação do Dec. Lei 8/2021 de 20 de janeiro ao uso do biometano na mobilidade, permitindo, a exemplo do que sucede em França, Itália, Alemanha e Áustria”, diz a Gasnam.

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