Bares querem criar zona “free Covid” no Bairro Alto
O objetivo é criar uma zona "free covid" no Bairro Alto, em que a testagem é feita nos acessos e "no seu interior se poderia circular sem restrições", revela Ricardo Tavares ao ECO.
Um conjunto de empresários querem criar uma zona “free Covid” no Bairro Alto, em Lisboa, com testagem à entrada e sem restrições no interior, revelou a Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores, ao ECO. A associação já pediu uma reunião com caráter de urgência à Câmara Municipal de Lisboa, mas ainda não obteve resposta.
A ideia surgiu ainda no verão de 2021, sendo que o objetivo seria “criar uma zona “free Covid” no Bairro Alto, em que a testagem seria feita nos acessos e no seu interior se poderia circular sem restrições”, explica Ricardo Tavares, presidente da Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores, acrescentando que, no longo prazo, a medida poder-se-ia aplicar também a “outras zonas de animação turística no país”.
Na altura, a proposta foi apresentada informalmente numa reunião por videoconferência com Fernando Medina, na qual o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu que os empresários desenvolvessem a ideia e que depois voltariam a reunir. “Quando pedimos para reunir novamente foi quando Fernando Medina disse que estávamos em período eleitoral e que depois [das eleições autárquicas] se tentaria”, sinaliza o presidente desta associação, que conta com cerca de 400 associados.
A par disto, ainda durante o período de campanha eleitoral, também Carlos Moedas solicitou uma reunião com a Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores, na qual, segundo Ricardo Tavares, o atual presidente da autarquia lisboeta se mostrou igualmente recetivo à medida.
“O Dr. Carlos Moedas, enquanto candidato, também achou a medida muito interessante e disse que se fosse eleito teria todo o gosto em discutir connosco esta e outras medidas que estávamos a propor. Só que continuamos a aguardar”, lamenta o responsável, acrescentando que a associação tem “tentado junto do gabinete da presidência da Câmara Municipal de Lisboa agendar uma reunião com caráter de urgência”, mas ainda não obteve “qualquer resposta”. O ECO questionou a Câmara Municipal de Lisboa sobre este assunto, mas não obteve resposta até ao fecho deste artigo.
Há bares e discotecas que se vão manter fechados, diz associação
Os bares e discotecas voltam a abrir portas a partir das 22h00 desta sexta-feira, mediante apresentação de teste negativo à Covid-19 ou, em alternativa, autoteste feito à entrada sob supervisão dos responsáveis, sendo que apenas as pessoas que tenham levado uma dose de reforço da Covid há mais de 14 dias ficam excluídas desta exigência. No entanto, mantém-se a proibição de beber bebidas alcoólicas na via pública.
Os empresários do setor de diversão noturna preferem não criar “qualquer tipo de expectativas” sobre esta reabertura e esperam este seja “o princípio do fim das restrições”, bem como que, “no limite”, que a exigência de apresentação de teste para acesso aos estabelecimentos de diversão noturna seja abolida nos próximos 30 dias. “Existem estabelecimentos que se vão manter fechados por não terem faturação suficiente para aumentar número de colaboradores para fazer controlo de testes e proibir que saiam com bebidas para a rua”, alerta o presidente da Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores, ao ECO.
Com a atividade fortemente penalizada desde março de 2020, os últimos meses têm sido penosos para o setor da diversão noturna. O presidente da associação adianta que “grande parte das empresas” estão a pedir insolvência e estima que 70% não sobrevivam até ao final de 2022. Quanto aos apoios, esses têm sido “insuficientes”.
Para compensar as empresas pelo impacto financeiro do encerramento das semanas de contenção, o Governo retomou o lay-off simplificado, que permite aos empregadores reduzir os horários de trabalho ou suspender os contratos ao mesmo tempo que lhes assegura uma ajuda para o pagamento dos salários. O regime assegura um apoio ao pagamento dos salários, que corresponde a 70% de dois terços do salário relativo às horas não trabalhadas, subsídio que pode ser aumentado, adicionalmente, “no estritamente necessário de modo a assegurar” o salário completo do trabalhador.
Adicionalmente, as discotecas e bares podem também aceder ao programa Apoiar, um instrumento que suporta o pagamento de despesas fixas não relacionadas com salários, como já aconteceu com as rendas. No início de janeiro, o Executivo adiantou ao ECO que já tinha começado a pagar os valores referentes ao quatro trimestre de 2021, sendo que Ricardo Tavares afirma que “até à data” foram pagos os montantes aos empresários em nome individual, pelo que espera que “no decorrer da próxima semana as empresas recebam em massa esses apoios”.
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