Cinema histórico do Porto “vai no Batalha” por falta de materiais
A reabertura do Cinema Batalha foi adiada cinco meses por escassez de materiais de construção, de componentes eletrónicas e mão-de-obra. Obras de reabilitação orçadas em quatro milhões de euros.
“Vai no Batalha” é uma expressão típica usada pelos portuenses em reação a algo que acham que é ficção e que não vai acontecer, numa alusão ao histórico cinema localizado na Praça da Batalha. Como é o caso da reabertura deste espaço cultural, que estava prometida para a primavera e que, afinal, só deve abrir em setembro.
A empresa municipal GO Porto – Gestão e Obras do Porto culpa a escassez de materiais como vidro, ferro ou alumínio, problemas no fornecimento de componentes eletrónicas e a redução de trabalhadores – chegaram a ser 150 e agora podem estar apenas 20 em obra – pelo atraso de cinco meses na reabertura ao público.
“Nesta fase, [a situação] está verdadeiramente crítica, pois não há prazos de entregas de materiais e os valores continuam instáveis e a subir. (…) Sempre que se tenta adjudicar [componentes de eletrónica], e aceitando preços extremamente elevados, os fornecedores recuam e não formalizam contrato. Atualmente, subempreiteiros e fornecedores não garantem entregas, nem prazos, nem preço”, relata a vice-presidente da GO Porto, Cátia Meirinhos.
As obras de reabilitação do histórico cinema da Invicta arrancaram em novembro de 2019, poucas semanas depois de o contrato no valor de cerca de quatro milhões de euros ter sido aprovado pelo Tribunal de Contas. O Batalha foi arrendado pela Câmara do Porto por um período de 25 anos, para ser devolvido à cidade mais de uma década depois do encerramento, retomando a função cultural centrada no cinema.
A intervenção com assinatura do Atelier 15, dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez, visa a “reformulação e remodelação deste espaço cultural com uma filosofia de reposição das condições originais, mas com trabalhos profundos ao nível da estrutura, da reabilitação das superfícies (pavimentos, paredes e tetos) e das coberturas, assim como a instalação de novos equipamentos, acessos e redes”.
De acordo com a autarquia, a famosa Sala Bebé dará lugar a uma sala polivalente com bar e outras valências sociais. A sala principal terá capacidade para 341 pessoas (187 na plateia, 112 na tribuna e 42 no balcão) e foi construída uma sala-estúdio na parte posterior do segundo balcão, com capacidade para 134 pessoas. Foi ainda instalado um elevador, para garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida.
Antes de reabrir o Batalha, vai ser inaugurado o novo Mercado do Bolhão, estando aberto até 14 de fevereiro o concurso para ocupar 28 bancas, lojas e restaurantes. Fonte oficial da Câmara do Porto confirmou ao ECO que a reabertura ao público deve mesmo acontecer no segundo trimestre deste ano. As obras de reabilitação deste mercado de frescos tiveram um custo superior a 22 milhões de euros e ficaram a cargo do consórcio formado pela Lúcios e pelo grupo ACA.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Cinema histórico do Porto “vai no Batalha” por falta de materiais
{{ noCommentsLabel }}