Portugal deverá crescer 5,1% em 2022, acima da média da Zona Euro

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

Economia deverá crescer 5,1% em 2022, acima da média da Zona Euro, mas apenas devido à “forte contração sofrida em 2020. Dependência no turismo deverá manter exportações abaixo do nível pré-pandemia.

A economia portuguesa deverá crescer 5,1% este ano, um ponto percentual acima do desempenho estimado para a média da Zona Euro, segundo as previsões divulgadas esta sexta-feira pela Euler Hermes, acionista da Cosec – Companhia de seguro de créditos.

A economia portuguesa tem crescido mais do que outras economias da Zona Euro, mas apenas devido à forte contração que sofreu em 2020. Assim, antecipamos que a tendência de recuperação se mantenha à medida que são levantadas de forma gradual as restrições associadas à covid-19”, explica Ana Boata, ‘Global Head of Macroeconomic and Sector Research’ da Euler Hermes, citada num comunicado.

A especialista destaca também que a dependência da economia portuguesa em relação ao turismo “deverá manter os níveis das exportações de bens e serviços ainda abaixo dos registados pré-pandemia”.

Numa perspetiva global, a Euler Hermes estima que “o crescimento económico deverá permanecer robusto”: O produto interno bruto (PIB) da Zona Euro deverá crescer 4,1%, o dos EUA 3,9% e a China deverá registar um crescimento de 5,2%.

“Contudo, aumentará a divergência entre economias desenvolvidas e economias emergentes”, salienta, precisando que “as economias desenvolvidas vão continuar a ser responsáveis por mais de metade do crescimento global (+2,2 pontos percentuais em 2022 e +1,6 pontos percentuais em 2023), enquanto os mercados emergentes ficarão estagnados pela primeira vez desde a crise financeira global”.

As previsões económicas anuais da Euler Hermes apontam para que o comércio global cresça 5,4% este ano e 4% em 2023, mas, no curto prazo, as perspetivas são de “alguma instabilidade, devido aos desequilíbrios entre a oferta e a procura”.

“Os possíveis surtos da variante Ómicron vão impactar as cadeias de distribuição e contribuir para manter elevada a pressão sobre os preços”, sustentam os analistas, prevendo que, “durante os próximos dois a quatro meses, os setores com baixas ou nulas possibilidades de teletrabalho serão os mais afetados”.

Paralelamente, dizem, “a inflação será impulsionada pelas disrupções nas cadeias de abastecimento originadas, nomeadamente, pelos défices de produção da China, que podem representar um terço do valor global da subida dos preços – entre 1,5 e 2 pontos percentuais na Zona Euro, nos EUA e no Reino Unido”.

Os economistas da empresa de seguro de créditos acreditam que a normalização das trocas comerciais a nível global “deverá ter lugar na segunda metade do ano”.

Esta normalização será impulsionada por três fatores: a redução, para níveis normais, dos gastos dos consumidores com bens de consumo duráveis, acompanhada por uma mudança dos hábitos de compra com foco em produtos sustentáveis; um abrandamento das dificuldades de fornecimento de bens intermédios (bens manufaturados, ou matérias-primas, usados na produção de outros bens intermediários ou de produtos finais); e a redução dos prazos de entrega de mercadorias, à medida que cresce a capacidade de expedição.

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