PCP intensifica luta na rua. “O pulsar da vida continua”, diz Jerónimo de Sousa
Após a reunião do comité central para avaliar as eleições, Jerónimo de Sousa anuncia um comício para 6 de março no Campo Pequeno, uma "ação de massas" para defender os direitos dos trabalhadores.
A derrota do PCP no domingo encolheu o grupo parlamentar para metade, passando de 12 para seis deputados. Esta quarta-feira o comité central do partido reuniu-se para avaliar os resultados das eleições e à saída da reunião Jerónimo de Sousa deu a entender que a luta nas ruas vai intensificar-se. E vai começar já a 6 de março com um comício que será uma “ação de massas” para defender os direitos dos trabalhadores.
Questionado sobre se, com o fim da geringonça e a derrota eleitoral, a atenção do PCP vai virar-se do Parlamento para as ruas, o secretário-geral do PCP diz que tal “depende da resolução dos problemas” por parte do Governo PS, mas deixou claro que “não é uma maioria absoluta que os silencie, que impeça essa manifestação dos trabalhadores e povo na defesa dos seus direitos para conseguirem avanços“. “O pulsar da vida continua”, rematou.
Foi assim que Jerónimo de Sousa revelou os planos do PCP para os próximos tempos, já a começar a 6 de março, daqui a um mês. Depois de ter cancelado em 2021 o comício de comemoração do centenário do partido por causa da pandemia, o PCP vai realizar uma grande “ação de massas” no mesmo dia este ano, naquela que deverá ser a primeira demonstração da força dos comunistas nas ruas com um Governo PS de maioria absoluta já em funções. Antes disso, haverá também uma ação no dia 5 de fevereiro, este sábado.
No seu discurso inicial após a reunião do comité central, Jerónimo de Sousa analisou os resultados de domingo, argumentando que foi a “dramatização do perigo da direita” e a “chantagem” que deu a maioria absoluta ao PS, deixando o partido à mercê do “grande capital e dos grandes interesses económicos e financeiros” que reclamavam o fim da geringonça.
Além disso, o líder comunista acusa o PS de “apropriar-se dos avanços” exigidos pelo PCP e de promover uma “dinâmica de bipolarização” desde que o Orçamento foi chumbado no final de outubro, o que prejudicou os comunistas nas urnas. Jerónimo assumiu que este “resultado traduz uma quebra eleitoral com significativa queda do número de deputados”, ficando “aquém do trabalho realizado e do valor das propostas”.
Este é um “elemento negativo na vida nacional”, na opinião do secretário-geral do PCP, que promete, “neste quadro mais difícil, intensificar a defesa dos trabalhadores”.
Na conferência de imprensa, Jerónimo de Sousa revelou que não falou com António Costa após às eleições, mostrando-se “pronto para o combate se a política do Governo não responder aos anseios” dos portugueses.
Em relação à eleição de um deputado do Chega para vice-presidente da Assembleia da República, o líder comunista deixou claro que “não será com os votos do PCP que o Chega terá esse lugar institucional”. Já o líder parlamentar do PCP ainda não está escolhido, tendo Jerónimo dito que serão encontradas soluções “no quadro atual dos deputados eleitos”.
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