Portugueses passam quase quatro dias por ano no supermercado
Inquérito mostra que 84% dos clientes visita mais do que um supermercado ou hipermercado diferente por semana, planeando menos e gastando mais dinheiro do que numa compra online.
Os portugueses passam, em média, 3,7 dias por ano a fazer compras nos supermercados ou hipermercados, sendo que 84% costuma deslocar-se a, pelo menos, duas lojas destas por semana. Metade dos que continuam a preferir os espaços físicas costuma ir “a qualquer altura, dependendo da necessidade”, sendo que um em cada cinco (21%) aproveita o maior tempo livre ao fim de semana.
Estes dados fazem parte de um estudo promovido pela 360hyper e desenvolvido em parceria com a Netsonda, para identificar as diferenças entre os hábitos de compra no retalho alimentar em Portugal. No que toca aos gastos mensais, os compradores no canal offline gastam, em média, mais do dobro do que aqueles que optam por comprar online (277 euros e 127 euros, respetivamente).
Quais os principais motivos para gastar mais numa compra presencial? “Deixo-me levar pelas promoções e descontos” (76%); “Quando passeio pelos corredores e vejo algo de que gosto muito, compro (54%); e “muitas vezes vou fazer compras com fome” (20%), responderam os cerca de 400 inquiridos nesta amostra representativa da população nacional, composta por pessoas entre os 25 e os 54 anos residentes no território continental e que são responsáveis ou corresponsáveis pelas compras do lar.
No que diz respeito a planeamento de compras, 84% dos clientes offline reconhece comprar mais do que pensava antes de entrar na loja, com este valor a baixar para 58% no caso dos que fazem as compras pela Internet. Ora, o tempo que se gasta (42%) e o comprar mais do que o estipulado (24%) são, a par da existência de muitas pessoas (42%), os fatores que mais incómodo causam numa ida a uma superfície comercial. Ainda assim, o grau de confiança continua a ser maior (90% vs. 80%) no canal tradicional, que, em termos comparativos (gap), é o preferido sobretudo para a aquisição de carnes e peixes, de produtos frescos e de leite ou derivados de leite.
Fatores como o gostar de ser o próprio a escolher o que compra (65%), os custos de entrega em casa (47%), a impossibilidade de experimentar os produtos (36%), a desconfiança em relação à seleção de frescos (27%) e os horários de entrega incompatíveis (21%) são as principais barreiras à compra pela via digital. Pelo contrário, este tipo de clientes valoriza o facto de a compra ser mais cómoda (68%), mais rápida (42%) e de existirem promoções exclusivas (38%).
Em 2021, as famílias portuguesas gastaram mais 300 milhões de euros nos super e hipermercados, num total de 10,665 mil milhões de euros. É um crescimento de 3,1% em relação ao ano anterior, o primeiro da pandemia, em que as vendas já tinham disparado 7,4% face a 2019. Os dados da Scantrends da NielsenIQ destacam ainda o reforço de posição das chamadas marcas brancas (da distribuição) no total das compras dos portugueses, com a quota a ascender já a 36,8% do total gasto pelos portugueses em bens de consumo.
Maior frequência e mais receitas no e-commerce
Sem surpresa e seguindo a tendência que se acentuou desde o início da pandemia de Covid-19, o inquérito realizado entre 22 e 29 de dezembro de 2021 antecipa um comportamento de compra mais voltado para o online em 2022, com um em cada cinco a equacionar aumentar a frequência de compra online. O relatório aponta ainda uma previsão de aumento de 9% nas intenções de gastos em compras através dos sites dos supermercados ou dos marketplaces vocacionados para o retalho alimentar.
Este estudo mostra, de facto, uma tendência crescente para o online em 2022 no que diz respeito a compras de supermercado / hipermercado, quer em termos de frequência quer em termos de gastos.
“Os dados que recolhemos através deste estudo mostram, de facto, uma tendência crescente para o online em 2022 no que diz respeito a compras de supermercado / hipermercado, quer em termos de frequência quer em termos de gastos. Esta conclusão pode demonstrar que os consumidores portugueses estão mais predispostos a otimizar o seu tempo para outras tarefas ou momentos de lazer, o que vai ao encontro dos objetivos que estiveram na base da criação da 360hyper”, sublinha o CEO da startup, Nuno Serradas Duarte, citado num comunicado de imprensa.
Criado em abril de 2020, este marketplace de retalho alimentar, que trabalha com cadeias como o Recheio, Makro ou Minipreço, anunciou em novembro uma ronda de investimento (seed) de 750 mil euros para expandir as entregas a todo o país, que foi liderada pela Indico Capital Partners e pela Lince Capital. A startup quer triplicar a equipa até ao final deste ano — de 10 para 30 colaboradores —, estando a contratar para as áreas de tecnologias de informação, produto, vendas e marketing.
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