Sonae Capital desiste de megaprojeto hoteleiro de 60 milhões e procura novos donos para terreno junto ao rio Douro
Douro Riverhill tem 49 hectares e compreende as quintas da Varziela e da Azenha. Prevê a construção de dois hotéis e 298 villas. Preço de referência está nos seis milhões de euros.
A Sonae Capital tem à venda um terreno em Gondomar, no distrito do Porto, praticamente nas margens do rio Douro, sabe o ECO. Podia ser apenas mais um pedaço de terra, não fossem os seus 49 hectares e a possibilidade de lá nascerem quase 2.000 quartos de hotéis e quase 300 villas. Chama-se Douro Riverhill e trata-se de um projeto que a Sonae Capital tinha nos planos desde 2008, mas que decidiu abandonar. Está no mercado desde o início do ano, com um preço de referência de seis milhões de euros e já tem interessados.
A menos de 30 minutos do aeroporto do Porto, nas margens do rio Douro, está o Douro Riverhill. Com uma área de 490 mil metros quadrados, compreende a Quinta da Azenha e a Quinta da Varziela. É a encosta que vai desde o parque Campidouro até Melres, numa zona conhecida como “Alto Concelho”. “É o destino de fuga perfeito para viajantes em lazer e em trabalho”, mas também “uma localização exclusiva para o mercado residencial”, lê-se no teaser do projeto, a que o ECO teve acesso.
O projeto tem um Plano de Pormenor já aprovado, que prevê o desenvolvimento de 58.594 metros quadrados, referentes a dois hotéis, num total de 1.913 camas, e dois empreendimentos turísticos/residenciais, num total de 298 villas. Há ainda a possibilidade de lá se desenvolver espaços de comércio e de serviços, incluindo um minimercado e um cais no rio Douro.
Os 49 hectares dividem-se em duas zonas. Uma delas compreende a Quinta da Azenha, numa área de total de 280 mil metros quadrados, onde se poderá construir um hotel com 93 quartos e 142 villas. A outra parte diz respeito à Quinta da Varziela, com uma área total de quase 209 mil metros quadrados, e onde poderão nascer um hotel com 195 quartos e 156 villas.
O projeto está no mercado desde o início do ano e, ao que o ECO sabe, o valor de referência são seis milhões de euros. Não há uma data definida para apresentação de propostas, mas já houve alguns interessados em adquirir este lote em Gondomar.
Sonae Capital abandona projeto de ecoresort de cerca de 60 milhões de euros
A história destes terrenos remonta a 2008, segundo o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins. Em 2019, citado pela Lusa, o autarca afirmou aos jornalistas: “A Sonae já desde 2008 quer investir ali. Em 2009 foi aprovado um Plano de Pormenor que, entretanto, caducou, mas a Sonae veio agora [em 2019] à câmara mostrar que quer retomar investimento“.
Foi também Marcos Martins a afirmar que o investimento neste ecoresort rondaria os 60 milhões de euros, estimando a criação de mais de 200 postos de trabalho e a conclusão da primeira fase do projeto em 2023.
Nesse mesmo ano, na altura em que foi apresentado publicamente o Plano de Pormenor das Quintas da Azenha e da Varziela, o presidente da Câmara de Gondomar adiantou que o objetivo da Sonae Capital era construir naqueles terrenos duas unidades hoteleiras e 150 moradias. O projeto incluía ainda a possibilidade de venda de lotes de terreno para construção de habitações mediante um projeto tipo.
“Trata-se da instalação de dois estabelecimentos hoteleiros, com o mínimo de quatro estrelas, um aldeamento turístico e de um núcleo de alojamento em moradias diluídas na paisagem, ou seja, de forma a que tivesse o mínimo de impacto visual para quem observa do rio para a margem direita do Douro“, lê-se num artigo publicado no site da Câmara de Gondomar, em janeiro de 2019.
“O promotor considera que se trata de uma zona pouco explorada do ponto de vista turístico e com condições únicas'”, refere o mesmo documento.
Ora, tendo em conta que estes terrenos estão agora à venda no mercado, tudo indica que a Sonae Capital terá desistido do projeto. O ECO questionou a empresa para tentar perceber os contornos desta operação, mas até ao momento de publicação deste artigo não obteve qualquer resposta.
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