Ex-secretário de Estado de Passos Coelho vai liderar grupo têxtil CBI
O engenheiro eletrotécnico que reformou as freguesias com Miguel Relvas no tempo da troika deixa os ultracongelados da Frijobel para assumir os comandos do grupo de Mangualde, que emprega 700 pessoas.
O Grupo CBI, que detém fábricas de confeção em Mangualde, Arganil e Cabo Verde, acaba de contratar Paulo Júlio para a posição de diretor-geral. O antigo secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, que sob a tutela de Miguel Relvas cortou o número de freguesias, deixa a liderança da indústria alimentar de ultracongelados Frijobel, que tinha assumido depois de sair do Governo, em 2013.
Antes de ingressar no Executivo de coligação liderado por Pedro Passos Coelho, Paulo Júlio foi presidente da Câmara Municipal de Penela entre 2005 e 2011. Natural de Coimbra, onde nasceu em novembro de 1969, é licenciado em Engenharia Eletrotécnica e com mestrado em Automação Industrial e foi também diretor geral em Portugal da multinacional brasileira Marcopolo. Sucede agora Francisco Batista, que assumirá a partir de abril o cargo de chairman.
Com três décadas de experiência no setor do vestuário (masculino e feminino), o Grupo CBI produz blazers, casacos, calças sport e chinos em três unidades industriais, onde emprega cerca de 700 pessoas. Mais de 95% da produção tem como destino os mercados de exportação, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. A lista de clientes tradicionais integra marcas conhecidas como a Massimo Dutti, Polo Ralph Lauren, Calvin Klein ou Sacoor.
O grupo enquadra a contratação deste novo diretor geral numa nova estratégia de gestão assente em três eixos prioritários. A começar pela “sustentabilidade económica, onde se enquadra o crescimento do grupo, a melhoria de processos, a transição digital e sistemas de informação, e o valor acrescentado da produção de casacos e fatos feitos à medida, bem como a aposta crescente na confeção de gama média/alta”.
“A sustentabilidade ambiental, onde a economia circular, a utilização de materiais recicláveis e a sustentabilidade energética são variáveis importantes” é o segundo eixo, detalha Francisco Batista, que pegou na moribunda CBI e converteu-a numa unidade rentável e focada na confeção de alta qualidade. O terceiro e último é o da sustentabilidade social, “com uma cultura organizacional onde as pessoas são o centro da ação, uma vez que essa é a forma de estabilizar e desenvolver os recursos humanos das várias fábricas”.
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