Chefes da diplomacia da UE acordam sancionar Putin e Lavrov
Santos Silva diz que foram acrescentados “novos quatro bancos russos à lista de entidades bancárias russas sujeitas a interdição de quaisquer relações de natureza económica ou financeira" na UE.
Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) chegaram esta sexta-feira a acordo para sancionar o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros, após a invasão da Ucrânia.
A informação foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em conferência de imprensa em Bruxelas, no final de uma reunião extraordinária com os seus homólogos da UE.
Santos Silva indicou que “este pacote alarga a lista de personalidades, de pessoas singulares e de entidades russas objeto de sanções, estendendo-a ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assim como ao primeiro-ministro, ao ministro da Defesa, que já estava incluído, ao ministro dos Negócios Estrangeiros e ao ministro do Interior”.
De acordo com o chefe da diplomacia portuguesa, no caso de Putin e de Lavrov, está em causa o “congelamento dos seus respetivos ativos financeiros que sejam sua propriedade no espaço europeu”.
Este é um segundo pacote de sanções maciças, decidido pelos 27 face à invasão da Ucrânia, após um primeiro adotado formalmente na quarta-feira. Desse primeiro pacote, constava o nome do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.
“É um pacote de sanções muito duro, a uma escala nunca vista, como tínhamos dito que faríamos em caso de agressão militar da Rússia à Ucrânia, que manifestamente é o caso”, observou o chefe da diplomacia portuguesa.
Santos Silva apontou que foram também acrescentados “novos quatro bancos russos à lista de entidades bancárias russas sujeitas a interdição de quaisquer relações de natureza económica ou financeira no espaço da UE”, tendo também essa interdição sido alargada “às diversas empresas nas quais esses bancos participam”.
“Também interditamos a exportação de bens de duplo uso, portanto bens de uso civil que possam ser usados também para uso militar, e interditamos a venda a entidades russas de equipamentos e componentes tecnológicos necessários para três setores, da aviação, da energia e de outros ramos de transportes”, prosseguiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que “este pacote de sanções dirige-se ao coração da atividade económica da Rússia e constitui uma limitação muito severa da sua capacidade de ação”.
“Esperamos que as autoridades russas compreendam que os custos que pagam e continuarão a pagar enquanto não pararem a agressão militar à Ucrânia são elevados e serão cada vez mais elevados. Usei também o tempo verbal do futuro, visto que, em consonância com a orientação do Conselho Europeu, a nossa decisão foi também de continuar com os trabalhos de alargamento do universo de setores ou de pessoas a sancionar, e o conteúdo das sanções”, disse Santos Silva, à saída daquela que foi a terceira reunião desta semana dos chefes de diplomacia da UE para discutir a crise a leste.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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