S&P revê novamente em baixa “rating” da dívida russa
Depois de ter colocado a Rússia na categoria de investimento especulativo (vulgo "lixo"), a Standard & Poor's voltou a rever em baixa o "rating" da dívida russa, admitindo mesmo um terceiro corte.
A agência de notação financeira S&P reviu em baixa o rating da Rússia de “BB+” para “CCC-” e alertou que o poderá cortar novamente, uma vez que as sanções impostas ao país aumentam o risco de não pagar a sua dívida.
“O conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou uma nova série de sanções governamentais da parte dos países do G7, incluindo aquelas que visam as reservas cambiais do Banco Central da Rússia”, que até agora têm sido um trunfo na solidez financeira do país, justificou a S&P Global Ratings em comunicado.
“Para mitigar a taxa de câmbio elevada e a volatilidade do mercado financeiro resultante e para preservar as reservas restantes, as autoridades russas, entre outras medidas, introduziram medidas de controlo de capital”, acrescentou a S&P.
De acordo com a agência de notação financeira, estes controlos “poderão impedir que detentores de obrigações do Estado não residentes no país não recebam” os pagamentos programados a tempo.
A S&P já tinha colocado o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira da Rússia na categoria especulativa na semana passada, mas reviu-o em baixa mais oito pontos esta quinta-feira. As duas outras agências rating Fitch e Moody’s reviram em baixa a notação da Rússia na categoria de investimento especulativo na quarta-feira.
A S&P irá decidir nas próximas semanas se corta ou não a dívida da Rússia novamente, “assim que houver mais clareza sobre a capacidade técnica do governo e/ou disposição de cumprir as suas obrigações de dívida integralmente e em tempo”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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