Analistas veem PSI composto por 16 empresas no máximo
Principal índice bolsista português muda de nome para PSI em 21 de março. Nova composição é anuncia esta quarta-feira e analistas esperam não mais do que 16 empresas.
O PSI (Portugal Stock Index), novo índice de referência da bolsa de Lisboa a partir de 21 de março, deverá ser composto no máximo por 16 empresas, ou seja, menos três que o atual PSI20, segundo analistas contactados pela Lusa.
A composição do PSI, que substituirá o atual PSI20, será anunciada na quarta-feira, afirmou fonte oficial da Euronext.
O PSI deixará de ter obrigatoriamente pelo menos 18 empresas cotadas e o limite inferior do free float da capitalização bolsista das empresas constituintes (valor de mercado das ações de uma empresa que estão efetivamente em circulação) passará a ser de 100 milhões de euros.
Atualmente, o PSI20 é composto por 19 empresas e analistas contactados pela Lusa afirmam que a Novabase, Pharol e Ramada Investimentos não deverão integrar o PSI por não cumprirem o requisito do limite inferior do free float de capitalização bolsista de 100 milhões de euros.
No entanto, para o analista da XTB, Henrique Tomé, a exclusão destas três empresas não deverá ter grande impacto no índice, dado que o peso de cada uma é inferior a 1%.
“Espera-se que o índice português passe a ser cotado em 16 empresas, o que na verdade até poderá melhorar o desempenho do índice, uma vez que as perspetivas a longo prazo não são atrativas e são um entrave à obtenção de capital de muitos investidores que optam por investir em mercados com rentabilidades mais atrativas a longo prazo”, sublinha Henrique Tomé.
Já a inclusão no PSI da Mota-Engil, que tem um free float próximo de 90 milhões de euros, divide os analistas contactados pela Lusa.
Para João Queiroz, head of trading (diretor de negociação) do Banco Carregosa, “a Mota-Engil embora detenha uma capitalização bolsista de 380 milhões de euros nesta métrica ficará com 87,5 milhões de euros (70,7 milhões de ações por 1,24 euros)”, abaixo do requisito de 100 milhões de euros.
Em relação à Mota-Engil, Mário Martins, membro do conselho de administração da ActivTrades CCTVM, refere que “ao dia de hoje o free float é inferior aos 100 milhões, apesar de estar muito perto, com cerca de 90 milhões”.
Para Mário Martins “a Novabase, Ramada e Ibersol também não cumprem, uma vez que valem mais que 100 milhões, mas o capital em ‘free float’, de cada uma, é bastante inferior a 100 milhões de euros”.
Quando a criação do PSI foi anunciada, a Euronext afirmou que “a metodologia do índice também seria ajustada para melhorar a liquidez e a eficiência do índice e para melhor responder às necessidades dos utilizadores”.
Na altura o analista da XTB, Henrique Tomé, afirmou que se “percebe esta mudança”, pois “há mais de sete anos que o PSI20 não conta com 20 empresas cotadas no índice e muitas das cotadas no índice apresentam desempenhos francamente modestos”.
Em agosto, o Chief Investment Officer (CIO) do Banco Carregosa, Mário Carvalho Fernandes, sustentava que “o objetivo de um índice como o PSI20 é ser representativo das principais ações cotadas em bolsa, e com estas alteração o índice PSI será mais representativo da evolução dos títulos que são mais relevantes na bolsa nacional, reduzindo algumas dificuldades técnicas que resultavam da inclusão de títulos com menor expressão e que continuarão a constar do índice geral composto por todas as empresas cotadas no mercado contínuo”.
As novas regras da Euronext poderão limitar a listagem de novas empresas no PSI no curto prazo, no entanto, estas medidas poderão ter efeitos positivos no próprio índice, disse o analista da XTB.
Segundo a Euronext, que gere vários mercados bolsistas europeus, como Paris, Amesterdão, Bruxelas, Dublin, Lisboa, Oslo e Milão, o novo PSI surge depois de “um amplo processo de consulta pública”, incluindo utilizadores portugueses e internacionais do índice.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Analistas veem PSI composto por 16 empresas no máximo
{{ noCommentsLabel }}