Durão Barroso defende eurobonds para financiar investimentos da UE na defesa e energia
O ex-presidente da Comissão Europeia defende a mutualização da dívida na União Europeia para financiar os custos adicionais de energia e também o esforço adicional que será feito na defesa.
O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considera que a União Europeia deve voltar a emitir dívida comum, tal como fez durante a pandemia, para financiar os custos adicionais que terá com a energia, no processo de se tornar independente em termos energéticos da Rússia, e com a defesa, por causa da ameaça da guerra na Ucrânia. “É muito importante que os países europeus respondam a isto de forma coerente e unificada. Senão, podemos ter um risco“, defende esta segunda-feira Durão Barroso em entrevista ao Público (acesso condicionado) e à Rádio Renascença.
Compreendendo que o Banco Central Europeu (BCE) tem de normalizar a política monetária por causa da aceleração da taxa de inflação, o ex-primeiro-ministro considera que deve ser a política orçamental a lutar contra a hipótese de uma recessão na economia europeia, uma hipótese que não é afastada por Durão Barroso. “É muito possível que a Europa venha a ter um cenário de estagflação, ou seja, recessão económica com inflação que poderá atingir 8% ou mais este ano na Europa“, afirma, admitindo que “é o pior cenário que pode existir”.
Na mesma entrevista, o ex-presidente da Comissão Europeia admite que houve “complacência” e “cumplicidade” com Vladimir Putin, ataca o ex-chanceler alemão Shröder por trabalhar para a Gazprom (empresa estatal russa de energia) e elogia as sanções “robustas”, apesar de antecipar que não resolvem nada por si só. O desfecho deste conflito só acontecerá se Putin conseguir anexar parte da Ucrânia, prevê, referindo que nesse momento o Kremlin estará disposto a negociar.
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