Guerra na Ucrânia não muda reestruturação da TAP, diz Pedro Nuno Santos
Ministro defendeu a injeção de capital na TAP no aniversário da empresa: "Data podia não estar a ser celebrada." Diz que guerra na Ucrânia não muda, nem atrasa, o plano de reestruturação da companhia.
“Quiseram pôr os aviões da TAP no chão, mas mantivemo-los no ar”, afirmou o ministro das Infraestruturas durante a cerimónia que assinalou os 77 anos da companhia aérea, no Museu do Ar, em Sintra. A guerra na Ucrânia, que fez disparar os preços do jet fuel, não muda o plano de reestruturação da companhia, garante.
O dia é de aniversário e de inauguração da renovada exposição da TAP no Museu do Ar, em Sintra, mas o presente sobrepôs-se ao passado. A guerra na Ucrânia levou a um aumento súbito do preço do combustível dos aviões, agravando os custos da companhia. Pedro Nuno Santos assegura, no entanto, que isso não altera o plano de reestruturação.
“Não vejo que porque atrase o plano”, respondeu o ministro quando questionado pelos jornalistas à margem da cerimónia. “A TAP tem um plano de reestruturação fechado em Bruxelas, ponto final.” O Estado vai injetar até 3,2 mil milhões de euros na companhia aérea até ao final deste ano. O plano de reestruturação aprovado por Bruxelas implica a saída de mais de 2.000 trabalhadores e cortes salariais.
“Esta data podia não estar a ser celebrada”, começou por dizer Pedro Nuno Santos no seu discurso, numa crítica implícita aos que foram contra o auxílio de Estado e a reestruturação da companhia aérea. “Conseguimos preservar e conservar esta companhia aérea”, graças “à determinação, força e resiliência de muita gente”.
Como em outras ocasiões, o governante salientou o papel da TAP como uma das “maiores exportadoras líquidas do país”. Agradeceu “o esforço e sacrifício dos trabalhadores, mas também o papel desempenhado pela anterior administração liderada por Miguel Frasquilho, pelo anterior CEO, Ramiro Cequeira, pelo secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, e pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes. Sem esquecer a atual equipa de gestão, liderada por Christine Ourmières-Widener, uma “grande mulher”.
“Não fomos contratar aos quadros do partido, mas como fazem as grandes empresas [através de uma consultora de recursos humanos]. Foi a primeira vez numa empresa pública. Esperemos que não seja a única”, sublinhou o ministro.
A CEO da TAP foi a primeira a discursar, em português. Lembrou os “77 anos de vida marcados por altos e baixos, dias bons e menos bons”. Com a companhia a atravessar um período de forte mudança, Christine Ourmières-Widener salientou que a TAP “está a traçar um novo rumo”.
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