Empresas portuguesas têm 22.855 ofertas de trabalho para refugiados ucranianos

Já há quase 23 mil ofertas de trabalho registadas na plataforma do IEFP para os refugiados ucranianos que cheguem a Portugal, avançou a ECO o Ministério do Trabalho.

A plataforma criada pelo Governo para reunir ofertas de trabalho de empresas para refugiados ucranianos em Portugal já recolheu 22.855 propostas, de acordo com dados avançados ao ECO pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

“Registaram-se, até hoje [segunda-feira] de manhã, 22.855 postos de trabalho/oportunidades de emprego”, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério liderado por Ana Mendes Godinho.

A ministra, no início do mês, tinha revelado que “são ofertas em todo o território” nacional. “Praticamente em todos os concelhos temos propostas de emprego” para cidadãos ucranianos, disse. Além disso, há uma “enorme diversidade de profissões pretendidas, sendo que os principais setores com ofertas de emprego colocadas são tecnologias de informação, transportes (motoristas), restauração e hotelaria, setor social e construção civil”, já especificou o gabinete de Ana Mendes Godinho.

O número de ofertas de emprego não pára de aumentar. No arranque da plataforma, a 28 de fevereiro, havia cerca de duas mil ofertas, um valor que disparou para 20 mil na sexta-feira e agora, pelas 11h00 da manhã de segunda-feira já está próxima de chegar às 23 mil oportunidades de emprego. Segundo a ministra do Trabalho, o passo seguinte será a “articulação conjunta” entre a Segurança Social e o IEFP, também em função das pessoas que se estão a registar para a proteção internacional. Até sexta-feira, Portugal concedeu 6.178 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra, de acordo com o SEF.

Essas pessoas serão contactadas para que seja feito “o encontro entre as ofertas de emprego” e “as características e os perfis de cada uma”. O ECO questionou o Ministério sobre se já existem ofertas preenchidas, mas não obteve resposta. No entanto, horas mais tarde a ministra Ana Mendes Godinho, em Bruxelas disse que “o primeiro contrato celebrado foi precisamente no setor social”

“Neste momento temos mais de 22 mil ofertas de emprego já carregadas em cerca de uma semana, e começaram já hoje os cursos de português para os refugiados ucranianos que já se registaram em Portugal. Hoje já estão a decorrer sessões precisamente para a aprendizagem e partilha de português e já houve contratos de trabalho celebrados na semana passada”, indicou em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião de ministros do Emprego e Assuntos Sociais da União Europeia, citadas pela Lusa.

Os setores que têm maior peso nas ofertas disponíveis são, coincidentemente, os que têm registado uma maior escassez de recursos humanos, mas os sindicatos (tanto a UGT, como a CGTP) já vieram avisar que é preciso garantir aos refugiados que cheguem a Portugal empregos adequados às suas competências, com remunerações correspondentes e dignas.

Por sua vez, o IEFP já se comprometeu a fazer um “mapeamento das competências dos trabalhadores ucranianos acolhidos” e indicou que, caso exista um ajustamento entre as vagas e o perfil dos cidadãos, entrará em contacto com as empresas para apresentar os candidatos. Entretanto o Executivo já deu “luz verde” na quinta-feira, em Conselho de Ministros, à simplificação do reconhecimento das qualificações profissionais dos refugiados ucranianos que cheguem a Portugal, face à ofensiva que está a ser levada a cabo pela Rússia.

Notícia atualizada às 14h23 com as declarações de Ana Mendes Godinho em Bruxelas

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