Preço do gás natural já desceu 66% face ao último recorde

A cotação do gás natural está a recuar mais de 10% na Europa, para 117,25 euros por MWh . É menos de metade do valor recorde atingido há uma semana, quanto tocou nos 345 euros por MWh.

O gás natural recua mais de 10% na Europa esta segunda-feira, transacionando em cerca de 117,25 euros por megawatt-hora (MWh). A cotação desta segunda-feira representa uma queda superior a 65% face ao recorde atingido há uma semana, quando tocou em 345 euros por MWh.

Os futuros de referência Dutch TTF Gas para entrega em abril ganharam um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa, dado que a Rússia fornece cerca de 40% do gás consumido na região. Contudo, têm vindo a aliviar nos últimos dias. Esta segunda-feira, recuam 10,66%, para 117,25 euros por MWh, longe do recorde de 345 euros atingido há uma semana, quando os preços registaram uma subida inédita intradiária de 75%.

Contas feitas, o preço registado esta segunda-feira é menos de metade do valor recorde registado a 7 de março. Nos últimos cinco dias, a queda acumulada é de 48,50%.

Este desempenho acontece numa altura em que os mercados aguardam por uma nova ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia, dado que qualquer progresso nas negociações para um possível cessar-fogo daria ao mercado do gás um alívio, após os preços recordes e alta volatilidade registada nas últimas semanas. Além disso a procura pode ainda diminuir na sequência de um clima mais ameno, capaz de reduzir o consumo.

À semelhança do gás natural, também as cotações de petróleo nos mercados internacionais estão a recuar. Esta manhã, o barril de Brent, referência para as importações nacionais, recuava 2,6% em Londres, transacionando abaixo dos 110 dólares, enquanto o WTI cedia os mesmos 2,6%, para 106,45 dólares o barril.

Os preços da energia têm aumentado significativamente, com a invasão da Rússia à Ucrânia a agravar os constrangimentos já sentidos no mercado devido à pandemia. Além disso, os investidores temem que a Rússia use o gás natural como arma de pressão à Europa. A União Europeia estar a planear cortar as importações da Rússia em dois terços já este ano.

Não obstante, os preços do gás natural já estavam a subir mesmo antes da guerra na Europa. A menor geração eólica, o aumento do custo das licenças de CO2, a seca severa que se vive em Portugal e a menor produção hídrica (derivada da decisão do Governo de suspender a geração em várias barragens) são alguns dos elementos que têm levado à subida das importações de gás natural, usado pelas centrais de ciclo combinado.

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