Eventual embargo à Rússia põe petróleo acima dos 118 dólares

Preço do barril de Brent está acima dos 118 dólares perante a possibilidade de a União Europeia proibir as importações do "ouro negro" russo e apesar de alguns Estados-membros se oporem à medida.

As cotações de petróleo nos mercados internacionais aceleram pelo quarto dia consecutivo, com o Brent a subir mais de 2% para 118,34 dólares, numa altura em que a União Europeia (UE) está a discutir uma eventual proibição às importações do “ouro negro” russo e apesar de alguns Estados-membros se continuarem a opor à medida.

O barril de Brent, negociado em Londres que serve de referência para as importações portuguesas, está a valorizar 2,34% para 118,34 dólares. O WTI, que é negociado em Nova Iorque, está a subir 2,28% para 114,37 dólares, depois de ter registado ganhos acumulados superiores a 18% nos três dias anteriores.

No final desta semana os líderes europeus voltam a reunir-se com o Presidente dos EUA, Joe Biden, em Bruxelas para discutirem um nova ronda de sanções, na sequência da invasão russa à Ucrânia. A pressionar os preços do petróleo está a possibilidade que os governos da União Europeia estão a estudar sobre um embargo aos barris da Rússia como forma de pressão sobre Moscovo, num contexto em que a Rússia é responsável por cerca de 25% das importações de petróleo da UE.

Contudo, esta decisão estará a contar com alguma oposição por parte de alguns Estados-membros. “A UE já está dividida — duvido muito que saia alguma conclusão desta reunião — mas, embora pareça difícil, o petróleo bruto pode não cair até que a proibição proposta pela UE seja claramente rejeitada”, sinaliza Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, em declarações à Bloomberg.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu na segunda-feira que o bloco europeu “ainda não está numa fase” de avançar com o embargo às importações de gás e petróleo da Rússia, por dependência energética de alguns Estados-membros, equacionando outras sanções.

Além disso, durante o fim de semana, os ataques do grupo iemenita Houthi provocaram uma quebra da produção de uma refinaria da Saudi Aramco, aumentando ainda mais os receios de problemas de abastecimento no mercado petrolífero.

O petróleo disparou na sequência deste conflito, com vários compradores a evitarem o “ouro negro russo” e com os EUA e Reino Unido a proibirem o embargo do “ouro negro” russo. No entanto, a cotação do petróleo aliviou na última semana perante as perspetivas mais otimistas quanto a um acordo para resolver o conflito. Entretanto, os progressos nas negociações parecem estar limitados. A Ucrânia rejeitou a exigência da Rússia para que a suas forças baixem as armas e permitam a rendição da cidade de Mariupol.

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