Mariana Vieira da Silva reforça poder com PRR e Função Pública

Já foi primeira-ministra em exercício durante 15 dias em 2021 e agora passa a ser a número dois de Costa. Mariana Vieira da Silva fica com a coordenação dos fundos europeus e Função Pública.

A atual ministra de Estado e da Presidência deverá passar de número quatro do atual Governo para número dois do próximo Executivo socialista, se se confirmarem as notícias de que continua na mesma pasta. Mariana Vieira da Silva torna-se oficialmente o braço direito de Costa e reforça um Ministério já de si importante, por ter a Presidência do Conselho de Ministros, transformando-o num mega Ministério com duas pastas cruciais: fundos europeus e Função Pública.

O Ministério da Presidência passa a ser o número dois da hierarquia do Governo e ganha temas importantes como o Planeamento (responsável pela execução do Plano de Recuperação e Resiliência e a coordenação política dos fundos europeus) e a Administração Pública (responsável pela negociação com os sindicatos). Será a partir da sede da Caixa Geral de Depósitos que irá comandar a coordenação política do Governo.

A execução dos fundos europeus setoriais continua a ficar com os respetivos ministérios, nomeadamente a Economia, a Coesão Territorial, o Ambiente, entre outros, tal como acontecia atualmente. Ou seja, Mariana Vieira da Silva absorve as mesmas funções do atual ministro do Planeamento, Nelson de Souza, o qual foi responsável pela negociação com a Comissão Europeia do PRR e do novo Acordo de Parceria para o Portugal 2030.

No caso da Administração Pública, fica com uma pasta que anteriormente estava sob a alçada de Alexandra Leitão, através do secretário de Estado José Couto. Também nesta pasta há muitos milhões à mistura, como no caso dos fundos europeus, mas aqui é de despesas com pessoal de mais de 700 mil funcionários públicos: Mariana Vieira da Silva passará a ter sob a sua alçada a negociação com os sindicatos, lidando com greves e pressões dos partidos à esquerda, os quais agora deixam de suportar o Governo.

Em suma, com duas novas secretarias de Estado no seu Ministério, a nova superministra absorve quase a totalidade de dois Ministérios que desaparecem na nova orgânica do próximo Governo. Além de continuar a ser a cara nas conferências de imprensa do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva dará a cara pelo PRR e pela função pública (uma pasta que no primeiro Governo de Costa estava no Ministério das Finanças).

As pastas que tinha atualmente e que perde tinham uma menor importância, pelo menos em termos mediáticos. É o caso da secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade e a secretaria de Estado para a Integração e Migrações, as quais são fundidas numa só e passam para o Ministério dos Assuntos Parlamentares.

Mariana Vieira da Silva já chegou a ser primeira-ministra em exercício durante 15 dias perante a ausência de António Costa, Pedro Siza Vieira e Augusto Santos Silva, por motivos de férias, no verão de 2021. Após ter sido assessora nos Governos de José Sócrates, no primeiro Governo de António Costa foi secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, assumindo desde logo o papel de coordenação política de um Executivo onde ainda estava o seu pai, José Vieira da Silva, ministro da Segurança Social.

Foi em fevereiro de 2019 que subiu a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, substituindo Maria Manuel Leitão Marques, a qual saiu do Governo para candidatar-se a eurodeputada. Após as eleições de outubro de 2019, solidificou o seu poder dentro do Executivo, passando a ministra da Estado e a número quatro do segundo Governo de Costa. Desde então que tem vindo a ser apontada como potencial sucessora na liderança do PS, ao lado de Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina.

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