Após pico em 2020, taxa de poupança dos portugueses baixa para 10,9% em 2021
A taxa de poupança fixou-se nos 10,9% em 2021, após ter atingido um máximo histórico anual de 12,6% em 2020. A melhoria da situação pandémica, com a recuperação do consumo, explicam a diferença.
A taxa de poupança dos portugueses baixou para 10,9% do rendimento disponível em 2021, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2020, a taxa de poupança dos portugueses tinha aumentado para 12,6% do rendimento disponível, o valor mais elevado desde 2002, de acordo com a série histórica do INE.
“Este crescimento do RDB [4% do rendimento disponível bruto] não foi suficiente para compensar o aumento da Despesa de consumo final, que se fixou em 5,8% (após a forte redução de 6,4% em 2020 no contexto da pandemia COVID-19), o que determinou a redução da taxa de poupança para 10,9% (12,6% em 2020)“, explica o gabinete de estatísticas nos destaques divulgados esta sexta-feira.
Ou seja, o rendimento dos portugueses cresceu (4%) no ano passado, face a 2020, mas o consumo aumentou mais (5,8%), após uma forte descida no primeiro ano da pandemia. A Covid-19 provocou um aumento da taxa por causa da “poupança forçada” pelas restrições de movimentação que levou no ano passado à maior queda do consumo desde 1995, ano em que arranca a série do INE.
A taxa de poupança mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível (inclui ajustamento pela variação da participação líquida das famílias nos fundos de pensões). Ou seja, em termos simples, é a fatia do salário que não é gasta.
O INE revela ainda que o rendimento disponível bruto (antes de impostos) dos cidadãos, ajustado per capita, fixou-se nos 17 mil euros no ano terminado no quarto trimestre de 2021, mais 1,3% do que no ano terminado no terceiro trimestre de 2021 (16,8 mil euros).
No quarto trimestre, “as remunerações e o excedente bruto de exploração contribuíram em 1,0 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente, para essa taxa de variação (0,3 e -0,4 p.p. em 2020, pela mesma ordem), sendo ainda de destacar o contributo das outras transferência correntes que incluem apoios pagos pelas AP [administrações públicas] no contexto da pandemia COVID-19“, explica o INE.
(Notícia atualizada às 12h55 com mais informação)
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