Governo corta previsão do PIB em 2022 para 5%
O Ministério das Finanças, ainda sob a liderança de João Leão, vai entregar o Programa de Estabilidade esta sexta-feira na Assembleia da República. PIB revisto em baixa de 5,5% para 5%.
O Ministério das Finanças, ainda sob a liderança de João Leão, vai entregar o Programa de Estabilidade 2022-2026 esta sexta-feira na Assembleia da República onde corta a previsão do PIB de 5,5% para 5%. O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo ministro das Finanças cessante, João Leão, o qual será substituído por Fernando Medina no próximo Executivo.
As novas previsões do Governo apontam para um crescimento do PIB de 5% em 2022, de 3,3% em 2023, de 2,6% em 2024 e 2025 e de 2,5% em 2026. Em 2021, a economia portuguesa cresceu 4,9%. As previsões do CFP e do Banco de Portugal apontam para um crescimento de 4,8% e 4,9% em 2022, respetivamente.
Após um défice de 2,8% em 2022 (0,5% se não se contar com o efeito da pandemia, segundo as Finanças), haverá um défice de 1,9% em 2022, de 0,7% em 2023 e de 0,3% em 2024. Porém, em 2025, Portugal chegará ao equilíbrio com um saldo de 0% em 2025 e em 2026, o último ano do novo Governo, haverá um excedente orçamental de 0,1%, igual ao de 2019, o primeiro na democracia portuguesa.
O rácio da dívida pública passa de 120,8% do PIB em 2022 para 115,4% do PIB em 2023, 110,1% do PIB em 2024, 106% do PIB em 2025 e 101,9% em 2026 — ainda esta quinta-feira Mário Centeno disse que era possível chegar aos 100% em 2026. Se esta trajetória se concretizar, Portugal atingirá um rácio de dívida pública inferior ao nível pré-pandemia (116,6%) em 2023, ou seja, no próximo ano.
De acordo com os dados do Ministério das Finanças, que cita as previsões do Fundo Monetário Internacional, Portugal deixará assim de ser o terceiro país da União Europeia com a maior dívida pública, sendo ultrapassado por França, Espanha e Bélgica. No topo continuará a Grécia e a Itália.
Na conferência de imprensa desta sexta-feira, o ainda ministro das Finanças, João Leão, revelou que o impacto orçamental, até ao momento, das repercussões económicas da invasão russa na Ucrânia é superior a mil milhões de euros. Perante a incerteza da guerra, as Finanças traçaram um cenário base e um cenário adverso no Programa de Estabilidade 2022-2026: no curto prazo, há a crise energética e problemas nas cadeias de abastecimento; no médio prazo, a equipa de Leão teme o cenário de estagflação, com a subida “acentuada” das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) e “dificuldades de financiamento” dos agentes económicos.
Questionado sobre o que achava da escolha de Medina para o suceder, João Leão disse estar “muito satisfeito que seja ele o próximo ministro das Finanças”, revelando que já trabalhou com o economista e política no passado e que têm estado “em contacto” nos últimos dias “para discutir as principais questões dado a necessidade de aprovar em pouco tempo o próximo Orçamento do Estado e assegurar a transição“. Em relação ao seu futuro, Leão apontou para o descanso e para o regresso à academia.
(Notícia atualizada às 12h28 com mais informação)
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