Conquista do Mundial 2022 vale encaixe financeiro de 42,6 milhões de euros
A seleção portuguesa vai estar no Mundial 2022, a realizar-se no Qatar, e só a sua presença na fase de grupos vai resultar num encaixe financeiro de 9,4 milhões de euros para a Federação.
Portugal confirmou esta semana a presença no Mundial 2022 no Qatar, depois de ter eliminado a Macedónia do Norte (2-0) na final do playoff de acesso à prova. As ambições da seleção nacional de futebol, como Fernando Santos revelou em conferência de imprensa, passam pela conquista do mais importante troféu do desporto-rei. Porém, a glória desportiva é acompanhada por outro fator aliciante, em especial para as federações: os prémios monetários.
Nesta edição do Mundial, que se disputará entre os dias 20 de novembro e 18 de dezembro, a FIFA puxou os cordões à bolsa e anunciou um valor recorde de mil milhões de dólares (905 milhões de euros) para o chamado “Prize Money Fund”. Um fundo onde o montante total é gerado de acordo com as vendas de direitos televisivos, patrocínios e bilhética, e que depois será usado para distribuir na prova. Para este ano, esse montante engorda 29% em relação ao último Mundial, realizado na Rússia em 2018.
Esta distribuição é feita através de quatro categorias fundamentais: os prémios monetários que são atribuídos de acordo com a classificação final das equipas; os custos de preparação, que são pagamentos fixos dados às federações participantes; o programa de benefícios dos clubes (pagamentos feitos aos clubes que “emprestam” jogadores para representarem as seleções); e, por fim, uma taxa de proteção que corresponde a seguros para os clubes, no caso de os seus jogadores se lesionarem durante a competição.
Vencedor do Mundial pode arrecadar valor recorde
Focando apenas nos prémios monetários atribuídos às seleções e olhando aos dados disponibilizados pelo site especializado em desporto totalsportal.com, o organismo tutelado por Gianni Infantino alocou um total de 450 milhões de dólares (cerca de 407 milhões de euros) para esta categoria. Como é que funciona a distribuição dos prémios?
Como sucede noutras competições, como a Liga das Campeões, as seleções são brindadas, desde logo, com 2,5 milhões de dólares (2,2 milhões de euros) pela simples participação na prova. Já a presença na fase de grupo rende às equipas mais oito milhões de dólares (7,2 milhões de euros). Ou seja, mesmo que uma seleção não vença qualquer encontro do grupo, sai do Campeonato do Mundo com um cheque de 10,5 milhões de dólares (9,4 milhões de euros).
Feitas as contas, entre todas as fases da prova, a seleção que levantar o troféu na final marcada para o dia 18 de dezembro levará para casa um total de 47,5 milhões de dólares (42,6 milhões de euros), que engloba o montante relativo à participação e à conquista da prova. Já o finalista vencido recebe nos seus cofres 34,5 milhões de dólares (31,2 milhões de euros), segundo os mesmos cálculos.
Veja no gráfico abaixo os valores exatos pagos em todas fases do Campeonato do Mundo 2022.
Mundial no Qatar marcado por (forte) polémica
Decorria o dia 2 de dezembro de 2010 quando um pequeno país do Golfo Pérsico, mais propriamente o Emirado Árabe do Qatar, foi escolhido pela FIFA para organizar o Mundial 2022. Um momento que muitos não esperavam que fosse acontecer, especificamente por ser um país sem grande tradição futebolística.
A partir desse momento, tanto o país organizador como até mesmo a FIFA foram alvo de inúmeros episódios de contestação e polémicas. Desde as irregularidades que levaram à escolha do Qatar, passando pela questão das altas temperaturas que se registam naquela zona do globo na altura do verão, até à precariedade laboral existente naquele país.
No caso das irregularidades registadas no processo de atribuição da organização da prova, a questão ganhou tais proporções que nomes como Michel Platini, antigo presidente da UEFA, e Nicolas Sarkozy, antigo presidente de França, foram suspeitos de tráfico de influência. Em março de 2019, o ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter, revelou à AFP que a atribuição do Mundial 2022 resultou da intervenção de Sarkozy, que terá pedido a Platini para votar no Qatar.
Outro tema que ganhou relevância na esfera pública foram os problemas laborais no país do Golfo Pérsico. Em especial, por causa dos trabalhadores encarregues de construir as infraestruturas para a competição, com alegações de que estariam a trabalhar em condições de escravidão. Segundo uma reportagem do The Guardian, cerca de 6.750 trabalhadores oriundos de países como o Nepal, Índia, Sri Lanka e Bangladesh morreram a construir estádios e hotéis para o Mundial. Em média, morreram cerca de 12 trabalhadores por semana desde dezembro de 2010.
Cinco cidades, oito estádios: assim vai ser o Mundial do Qatar
O Mundial 2022 não vai ser realizado nos tradicionais meses de junho e julho, mas sim nos dois últimos meses do ano: de 20 de novembro a 18 de dezembro. Esta foi uma solução encontrada para fazer face às altas temperaturas que se verificam no Qatar na época do verão.
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Nesse período de tempo, oito estádios de cinco cidades espalhadas pelo país (Al Rayyan, Al Wakrah, Doha, Al Khor, Lusail) vão ser palco do maior evento de desporto do mundo:
- Estádio Internacional Khalifa (capacidade: 45 mil lugares), palco da final;
- Estádio 974 (capacidade: 40 mil lugares);
- Estádio Ahmad Bin Ali (capacidade: 40 mil lugares);
- Estádio Al Janoub (capacidade: 40 mil lugares);
- Estádio Al Bayt (capacidade: 60 mil lugares);
- Estádio Education City (capacidade: 40 mil lugares);
- Estádio Al Thumama (capacidade: 40 mil lugares);
- Estádio Lusail (capacidade: 86 mil lugares).
Em relação às datas dos jogos, a fase de grupos — onde Portugal terá pela frente a Coreia do Sul, Gana e Uruguai — vai realizar-se entre 21 de novembro e 2 de dezembro; os oitavos-de-final entre 3 e 6 de dezembro; as meias-finais da prova de 13 a 14 de dezembro; e o duelo do terceiro e quarto lugar vai acontecer a 17 de dezembro. A esperada final da competição será jogada no dia 18 de dezembro.
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