Fundadores da unicórnio Sword criam sociedade para ‘atacar’ desigualdade de acesso a investimento. Têm 5 milhões
Sociedade quer "apoiar e investir em empresas fundadas por empreendedores e fundadores com menor representatividade no ecossistema: minorias étnicas, raciais, sociais e de género".
Os fundadores da unicórnio Sword Health acabam de lançar a EX Capital, uma sociedade para devolver ao ecossistema de startups. Querem “apoiar e investir em empresas fundadas por empreendedores e fundadores com menor representatividade no ecossistema: minorias étnicas, raciais, sociais e de género“. A sociedade arranca com um capital inicial de cinco milhões, para investir em cinco anos.
“Muitos dos empreendedores mais dedicados e inovadores do mundo têm origens sem representatividade, mas continuam a receber uma parcela menor do capital de risco global”, afirma Virgílio Bento, cofundador da EX Capital, citado em comunicado. “Com o nosso novo fundo de investimento, queremos equilibrar essa desigualdade ao apoiar em particular empresas fundadas por empreendedores com menor representatividade, ajudando a elevar as suas ideias e estabelecer um ecossistema mais forte e mais diversificado”.
O sociedade investimento tem na sua gestão os fundadores da Sword Health, Virgílio Bento e Márcio Colunas, como founders, bem como equipa fundadora da startup, André Eiras, Fernando Correia e Ivo Gabriel. Surge num momento em que o financiamento, através de fundos de capital de risco, está em alta.
No ano passado, o financiamento através de capital de risco ultrapassou os 600 mil milhões em 2021, um aumento de quase 100% em relação a 2020, lembra a EX Capital. A título de exemplo, nesse ano quatro startups com ADN nacional atingiram o estatuto unicórnio: a Feedzai, a Remote, a Anchorage Digital e a Sword Health.
Mas com uma ressalva. “A fatia destes investimentos dedicada a grupos sub-representados continua a ficar para trás“.
O fundo EX Capital foi criado com o objetivo de equilibrar a desigualdade que existe ao apoiar empresas fundadas por empreendedores com menor representatividade, ajudando-os a elevar as suas ideias e estabelecer um ecossistema mais forte e mais diversificado. A ideia surgiu com base na própria génese da Sword Health que nasceu num contexto não propício ao sucesso mas que, apesar desse ponto de partida, tornou-se numa empresa global.
“A realidade de como empreendedores não representados recebem menos recursos é uma realidade nos Estados Unidos. A título de exemplo, os fundadores afro-americanos e latinos levantaram apenas 2,4% do capital de risco total, e mais de 80% do financiamento de capital de risco é alocado a homens brancos. Embora o valor total investido em startups fundadas por afro-americanos tenha tido um aumento de 281% em 2021, o número de startups que receberam financiamento diminuiu. Em 2021, as mulheres empreendedoras receberam menos financiamento do que nos anos anteriores. Mulheres fundadoras apenas angariaram 2% do capital de risco em 2021″, descreve.
É para mudar esse status quo que o fundo está apostado. “A EX Capital foi criada com o objetivo de equilibrar a desigualdade que existe ao apoiar empresas fundadas por empreendedores com menor representatividade, ajudando-os a elevar as suas ideias e estabelecer um ecossistema mais forte e mais diversificado. A ideia surgiu com base na própria génese da Sword Health que nasceu num contexto não propício ao sucesso mas que, apesar desse ponto de partida, tornou-se numa empresa global”, adianta fonte oficial da Sword Health à Pessoas.
“O foco da EX Capital são startups tecnológicas com menor representatividade no ecossistema, globalmente promissoras, independentemente do seu local de fundação, género, raça ou etnia dos seus fundadores”, reforça a mesma fonte.
Serão também startups que potencialmente possam ser alvo de interesse ou aquisição da Sword? “A EX Capital é uma unidade independente e autónoma da Sword Health, tendo apenas uma ligação aos seus fundadores, não sendo esse o objetivo do fundo”, garante fonte da empresa.
Posta de parte está igualmente a entrada de outros investidores externos. A renovação passado cinco anos será objeto de avaliação. “A sociedade não está aberta a capital externo e existe um racional de retorno financeiro que será constantemente avaliado.”
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